sábado, junho 17, 2023

A Lisboa dos "Turistas" e dos "Campistas"...


Eu sei que em Lisboa não há pontes para todos, muito menos espaço debaixo delas para se acampar (o preço por metro quadrado deve acompanhar o da habitação...), mas é no mínimo triste o que se está a passar por quase toda a Cidade.

Estão montadas centenas de tendas nas avenidas, nos jardins e nos largos da cidade, com a complacência das autoridades locais, que fingem não ver, para terem menos um problema para resolver...

O resultado de mais um atropelo a esta cidade sem espaço para tanta gente, é estar cada vez mais imunda. Cheira a mijo por tudo o que é canto. 

Acredito que o problema não é dos turistas (a maioria são finórios e vão as cafés e hotéis satisfazer as suas necessidades...), nem apenas dos nossos "sem-abrigo" crónicos. Há muitos emigrantes  (que são com toda a certeza três ou quatro vezes mais que os números oficiais, para não me alongar muito nas contas...) ilegais a viver na rua, quase todos abandonados e escravos das drogas, que em vez de viverem, vegetam pela Capital.

Tanto o Alcaide da Cidade como o Presidente do Conselho de Ministros e o líder da oposição não devem andar a pé pela cidade. Preferem passar "a correr", dentro dos seus carros velozes, a conversar ao telemóvel em vez de olharem para as ruas de Lisboa (e de vidros fechados, para não terem de "snifar xixi"...). 

São todos bons a "assobiar para o lado", e a esperar que este Sol derreta as "bolas de neve" que crescem por todo o lado...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


4 comentários:

  1. Um aspeto da cidade de Lisboa de que não se fala muito (ou nada) entre nós.
    Lamento profundamente o estado em que essa bela cidade se encontra.
    Infelizmente, os sem-abrigo existem em muitas cidades de países ricos. A diferença é que umas têm mais controlo da situação que outras.
    Exemplo: Em Toronto os acampamentos não são permitidos nos parques da cidade ou em qualquer outro lugar que seja propriedade da cidade.
    Se os sem-abrigo ignorarem as normas em determinada altura, a cidade, após usar todas as opções para mover esses acampamentos e confirmar que há riscos de saúde e de segurança, atua de uma forma imediata de forma a desocupar o local que depois é limpo devidamente. Tudo isto é feito mediante fiscalização coordenada e com as ajuda dos agentes comunitários, evidentemente.
    A governação da cidade está em decadência? Assim parece...

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    1. É nestes pontos que se descobre o que é um país desenvolvido e onde se respeitam as regras, e outros como o nosso, em que as regras são são aplicadas quando nos convém, Catarina.

      Eu não esqueço que numas férias da Páscoa quando fui passar uns dias à casa de campo dos meus sogros (numa aldeia da Beira Baixa), tinha uma tenda gigante montada à nossa porta, com duas senhoras ciganas.

      Fui falar com o responsável pela Junta de Freguesia, que como de costume, assobiou para o lado, ou seja, não se estava para chatear. Como entretanto tinha consultado a legislação, sabia que era ilegal fazer campismo selvagem dentro das localidades. Disse-lhe, mas ele continuou com desculpas esfarrapadas.

      Com tanto espaço livre nos campos era ridículo estarem a três metros da nossa casa. Basta dizer-lhes que tinham de mudar de lugar. Mas como as pessoas têm medo dos ciganos, fingem que não vêm...

      Como só estávamos lá de férias de meia-dúzia de dias, passámos ao lado do caso. Mas dois anos depois, quando eu limpava a parte da frente da casa (arrancava as ervas), ainda se sentia o cheiro a xixi no lugar onde estiveram acampadas.

      É o país que temos...

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    2. Num caso destes, e como último recurso, haveria o envolvimento da polícia se todos as outras intervenções falhassem. Aqui!! :) e não temos uma governação perfeita.

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    3. Claro que pensámos enviar um e-mail para o Município e para a GNR, a reportar a situação, com fotografias e tudo, mas quando percebemos que para a população da aldeia aquilo era tudo normal (se estivessem acampados à sua porta devia ser diferente...), não quisemos levantar nenhum alvoroço na aldeia...

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