Houve logo uma frase que deu tecido mais que suficiente para as mangas, que não fazem falta nenhuma neste Verão excessivo: "A língua da alma é o silêncio". Ninguém a conseguiu contrariar.
Entre outras variações, houve uma que não trouxe consensos, eu sorri, por gostar de me reencontrar de uma maneira e de outra. Mas claro que a possibilidade de escutar o mar, as árvores quando abraçam o vento, o piar de uma ave ou até os passos de alguém na rua (à noite há sempre mais coisas para escutar...). A frase foi "o silêncio é uma forma do individuo se ouvir, de se reencontrar". Pois é, nós urbanos além de vermos sempre poucas estrelas no céu, também não conhecemos muitos sons que invadem os campos e suplantam as vozes humanas...
E é por isso que ganhamos a capacidade de nos "reencontramos" no meio da multidão.
Vinha para casa a pensar que há demasiadas pessoas dentro das cidades a precisarem de passar um mês, numa das muitas aldeias, quase desertas do país (não é dessas de "brincar ao turismo"...), porque o silêncio não é quando o mundo fica sem som, é quando o que está à nossa volta ganha vida...
(Fotografia de Luís Eme - Algarve)
Por silêncios, memória de um velho disco: concerto de Simon And Garfunkel em Central Park, 16 de Fevereiro de 1982, Sounds of Silence, tão longe, tão longe, assim como quem se entende no silêncio.
ResponderEliminarPois é, Sammy, estamos longe desses tempos, em que o silêncio era "mais dourado" e festejado...
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