quinta-feira, agosto 14, 2025

A Solidão do Filipe no areal da praia...


Durante dias seguidos dois casais jovens e duas crianças montavam um "acampamento" próximo do nosso velho chapéu verde e por ali ficavam, até ao final do dia, presos ao "rectángulo mágico", provavelmente, a correr mundo, uns deitados na toalha outros sentados nas cadeirinhas de riscas para a época.

As duas crianças eram completamente diferentes, uma menina de oito,  nove anos, incapaz de partir partos e um garoto de cinco seis anos, que assim que podia pegava na bola de futebol e afastava-se ligeiramente do "acampamento", para dar toques na sua "mais que tudo", inventando jogos, enquanto chutava para o ar e corria atrás da bola, para um lado para o outro, gritando umas vezes pelo Benfica e outras pelo Sporting...

Na dezena de dias que  partilhámos a praia nunca vi o pai ou o tio, levantarem-se, um da toalha outro da cadeira, para inventarem um "adversário a sério", ou um "companheiro de equipa", nos jogos diários do Filipe.

Ao fim do segundo, terceiro dia, já tinha pensado no quanto esta criança precisava de um amigo de férias, para enganar a solidão, ou mesmo de um primo ou prima, que fosse diferente da irmã, que gostasse como ele, de correr e saltar no areal da praia...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)

Nota: segunda "crónica algarvia".


1 comentário:

  1. Nunca vi essa tristeza nos meus filhos, sobrinhos e netos!
    Todos gostam de saborear a vida, mas acompanhados.
    Pobre menino sozinho no areal!

    Abraço

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