Por alguns instantes, fiquei deliciado com aquele retrato de uma Lisboa antiga, e pus-me a imaginar uma cidade que já não existe...
Foi quando me cruzei com dois casais de gente de fora, que anda de calções num dia de Março com nuvens. Foi como se me dissessem, "acorda!"
E acordei, mas por pouco tempo.
De repente já não estava em Madragoa. Foi quando viajei pela minha meninice e ouvi a minha mãe a cantar, e o pai, com voz de desdém, a dizer que ela estava a adivinhar chuva. Não percebia quase nada da conversa mas gostava de ouvir a minha mãe a cantar, mesmo que ela fosse fiel à sabedoria popular, e acreditasse que "quem canta seus males espanta"...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Bonita crónica.
ResponderEliminarLá em casa quem cantava era o meu pai, nunca ouvi a minha mãe cantar.
Saí ao meu pai no gosto pelas cantorias.
Gosto de fado!
Abraço
Abraço
Comigo aconteceu o contrário, Rosa.
EliminarNunca devo ter ouvido o meu pai a cantar, devia ser desafinado como eu. :)