«Existe uma sociedade livre, plural e
aberta quando há condições políticas e institucionais para isso. Não existem,
nos jornais, empresários de esquerda, por isso temos a imprensa que temos.
Vivemos numa sociedade em que a liberdade de imprensa não está a ser posta em
causa directamente, mas é largamente condicionada. Não há dúvida de que a
concentração em determinados grupos económicos poderá causar um cenário de
gravíssimo condicionamento, o que não configura uma situação de violação das
regras democráticas, porque se alguém quiser fazer um jornal de esquerda, é
livre de o fazer. Pode é sempre dizer-se que essas coisas custam dinheiro, e o
dinheiro está mais de um lado que do outro.»
Estas palavras são de António Mega Ferreira, quando foi entrevistado para o "D. Notícias" (curiosamente a principal vítima dos "abutres" nas duas últimas décadas...), em Novembro de 2002.
Infelizmente, vinte e dois anos e alguns meses depois, as coisas estão muito pior. Os "patrões" além de escolherem os directores que mais lhes convêm, também convidam os comentadores que mais defendem os seus interesses. O chamado pluralismo, é cada vez mais "uma treta".
Onde se nota mais a dualidade de critérios é na televisão, onde cada vez há menos espaço para a esquerda.
Por este "Largo" ter memória, nada disto aconteceu de um momento para o outro. Tem sido um processo lento, mas bastante eficaz...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
A entrevista a Paulo Raimundo por José Rodrigues dos Santos é um bom exemplo do que dizes.
ResponderEliminarAbraço
Acho que o problema foi mais o entrevistador querer ser a "vedeta" da conversa, Rosa...
EliminarÉ muito mau quando se perde a noção do ridículo.