sábado, março 15, 2025

Quando o mundo tem a sua real dimensão


Estava ali, no meio de toda aquela gente, e acabei por pensar na possibilidade remota de poder encontrar alguém conhecido, nem que fosse apenas de vista, um daqueles vizinhos que conhecemos e com quem nunca falámos.

Às vezes acontece. Aconteceu por exemplo em Paris, há quase quarenta anos, que fiz o "inter-rail". Mas isso foi a excepção que confirma a regra. 

Hoje a "novidade" é um mundo ser mesmo gigante, e não o que gostamos de dizer, mesmo que seja mentira: "olha como o mundo é pequeno"...

Houve alguém que se aproximou de mim e perguntou-me algo em inglês. Disse que não falava inglês (o inglês de praia não conta...). Digo isto vezes se conta em Lisboa, porque não penso que tenha de ser eu a fazer um esforço para perceber quem chega. Penso exactamente o contrário. Quando saio do país não faço perguntas em português a ninguém. Era bom que quem vem de fora fizesse um esforço para dizer outras coisas para além de "bom dia", "obrigado", "merda" ou "foda-se".

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


1 comentário:

  1. Muito oportuna a tua crónica, quando estamos a ser invadidos por estrangeiros que não fazem o mínimo esforço para aprender frases básicas da nossa língua.
    Já nós, portugueses, para onde quer que vamos falamos minimamente a língua local ou outra que entendam.

    Abraço

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