No começo do milénio a revista "Pública" publicava umas crónicas suas, "Cartas do meu moinho", que acabaram por ser o motivo da conversa com uma professora, que não só estudou, como conhece a sua obra quase como se fosse sua.
O nosso diálogo teve em vários momentos, algo parecido com aquela coisa a que chamamos "conversa de malucos". Tudo porque a Adília parece infantil, mas não é... é apenas diferente. Da mesma forma que parece escrever coisas estúpidas, que não são estúpidas... Ou seja, usa as palavras, todas, sem dó nem piedade. É por isso que o que parece não fazer sentido, faz todo o sentido.
Penso que com estes exemplos, perceberão por onde andámos. Claro que quem nunca leu um poema ou uma crónica da poetisa do bairro da Estefânia, fica na mesma.
(Fotografia de Luís Eme - Olho de Boi, a pensar no Sammy, que além de sentir alguma familiaridade com as palavras impressas na barca já "sem mar e sem rio", conhece com toda a certeza a poesia da Adília)
Conheço muito pouco a poesia da Adília Lopes, talvez por isso não percebo a ligação ao poema de Brecht impresso no barco.
ResponderEliminarAbraço saúde e bom fim de semana
Elvira, a presença de parte do poema de Brecht, deve-se a uma confidência feita pelo Sammy, em relação ao Tejo e ao Ginjal de outros tempos, com a companhia deste e doutros poetas. E entretanto houve alguém que "pintou" o poema na barca... Achei a coincidência engraçada.
EliminarOu seja, a única ligação da Adília ao poema, é a própria poesia...
Lia essas crónicas da Adília Lopes que muito apreciava, depois perdi-lhe o rasto.
ResponderEliminarAbraço
Eram (e são) desconcertantes, Rosa. :)
EliminarÉ um caso curiosíssimo da nossa poesia. Tem portal no Cais, mas ainda não lhe dediquei o tempo de leitura necessário. Quando li os primeiros poemas, Adília entrou numa deriva de populismo televisivo que ainda hoje não entendi como aconteceu. Não tivesse ultrapassado largamente o orçamento para gastos em livros, teria comprado na Feira do Livro, o volume que reúne uma parte larga da sua obra. Continua em agenda.
ResponderEliminarPara uma futura e possível maiorsurpresa.
A Adília é uma poetisa muito peculiar, Sammy.
EliminarE corajosa, faz poesia com tudo o que lhe apetece, sem pensar nos outros.