O "Governo Sombra" continua a ser um dos meus programas televisivos preferidos sobre a actualidade nacional.
Embora quase tudo seja discutido e apresentado de uma forma diferente, com mais leveza e boa disposição, gosto de escutar as palavras dos quatro elementos deste "governo", porque são mais honestos e livres que a maioria dos membros de "governos às claras".
E depois aparece sempre uma ou outra novidade, que escapou às notícias diárias. A desta semana foi a história do homem que foi detido pela PSP por estar a colar numa parede um poema, que se tinha inspirado na diferença de tratamento dada por esta força policial às chamadas "minorias".
Podia ser uma simples história de agentes que não gostam de poesia, mas infelizmente é muito mais grave que isso.
É quase uma verdade "lapaliciana", que a liberdade de expressão faz demasiadas cócegas, a quem se acha acima der qualquer crítica. Mas neste caso em particular acaba por ser ainda mais, grave por percebermos que a polícia se preocupa bastante com desenhos e poemas, menos simpáticos e com dedicatória, que com as pessoas.
Embora neste país ninguém queira ser racista, estamos todos cansados de saber que não é apenas nos EUA que há um tratamento diferenciado entre cidadãos com cor de pele diferente...
Embora neste país ninguém queira ser racista, estamos todos cansados de saber que não é apenas nos EUA que há um tratamento diferenciado entre cidadãos com cor de pele diferente...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Não é que ele não tivesse alguma coisa para dizer sobre o texto, ou sobre o governo sombra que não vê porque o personagem que dá pelo nome de João Miguel Tavares o incomoda demasiado, mas os olhos caíram-lhe no nome do restaurante que aparece na fotografia e, de repente, num qualquer passe de mágica, reviu-se, tempos de ditadura, sentado naquelas mesas, a discutir com companheiros, maneiras de ajudar outros a construir um futuro diferente, em que as polícias não colocassem barreiras ao livre pensamento.
ResponderEliminarMas ainda lhe causa alguma estranheza ver-se a sublinhar uma das frases do Luís: «a liberdade de expressão faz demasiadas cócegas, a quem se acha acima de qualquer crítica.», e saber que alguns daqueles companheiros do «Farta Brutus», desencontraram-se pós-Abril.
Outras histórias.
Embora esse moço seja cheio de "verdades", acaba por ficar bem entre o Mexia e o Araújo, Sammy. Ele estica-se muito é na escrita.
EliminarEm relação às liberdades (todas), isto está a ficar complicado...
A liberdade de expressão está associada a todas as liberdades. Infelizmente nem todos podem ter a liberdade dos seus gestos e das suas palavras porque realmente são as pessoas que não são respeitadas por causa do racismo, da xenofobia, etc. A igualdade de direitos tem muito caminho a fazer...
ResponderEliminarUm abraço, meu Amigo Luís.
Muito, muito mesmo, Graça.
EliminarContinuam a existir muitas pessoas que se acham mais iguais que outras...
Em Portugal, muitas pessoas começam a declarar-se a favor do fascismo/racismo!
ResponderEliminarSim, vivemos tempos perigosos, Eduardo.
EliminarQUerem acabar com racismo? Parem de falar dele.
ResponderEliminarNão gosto que os portugueses estejam a COPIAR a realidade americana. Mania que se tem! Herdada dos filmes, só pode. Os EUA é tudo MENOS um exemplo a seguir. Aquilo é uma selva, disfarçada de cidade. Uma sociedade imatura, insegura, egoísta, fantasiosa. Já elegeu como presidente da república um ator e agora um egocentrista que não sossegou enquanto não teve o seu próprio reality show. NÃO PODEMOS COPIAR um modelo errado.
Os EUA NUNCA sairam dos cobowys e indios. Apenas se adaptaram a modernidade. Jamais vai desaparecer o "racismo" lá, porque não é disso que se trata, mas de uma luta por poder. É sempre assim por lá.
Os tugas nunca foram dessas merdas. Sempre tivemos pessoas de todas as etnias e, ainda que alguns possam fazer referências pouco abonatórios - e TODOS dizem, (não há grupo que não o faça, não sejam hipocritas) , tods convivem juntos com respeito. Este respeito perde-se e todos se virem como rivais e inimigos, que têm de combater, que têm de superar, ser melhor, derrotar, humilhar.
Não era esse o objectivo de Mather Luther King!!
Assistir a esta inversão de valores e pessoas a defenderem uma agenda própria, é como perceber que há pessoas que se dizem líderes religiosos, conhecedores da biblia dos pés à cabeça, mas depois deturpam tudo, criam ceitas, manipulam pessoas e comportam-se como criminosos na vida real. É para aqui que caminha a coisa se não colocarmos o bom-senso tuga nisto e deixarmos a ilusão dos EUA envenenar a sociedade.
Uma vez vi uma entrevista do Clint Eastewood e ele disse algo muito correcto: "Hoje em dia não se pode dizer nada, é tudo incorrecto. Ele quando era puto, cresceu num bairro difícil, e todos ali se tratavam por alcunhas pouco benéficas: o gordo, o preto, o copo-de-leite... sei lá. Mas eram todos amigos, companheiros e não havia diferenciação de trato pela cor de pele, etnia ou outras cenas assim. O tipo de corpo, a gordura ou ausência dela, ninguém escapava a esse escrutínio. Todos cresciam com essas coisas. Se não era pelo cu, era pelas calças. Mas existia companheirismo. E queriam os companheiros. Não é como agora, que se quer criar núcleos e dividir as pessoas por etnias. De certa forma, está pior agora! Porque dividem pessoas por grupos e pessoas são pessoas. É NISSO que deviam-se focar. Mas não... "sou vítima porque sou minoria e preciso que a sociedade faça uma reparação porque um dia alguém me chamou isto"... Reparação monetária e de oportunidades para subir na carreira, que nunca serao justas, se não for por um processo igual para todos, independentemente da nacionalidade, etnia, "raça", género. Ao se estratificar a sociedade, ao dividi-la em grupos, os trans, as lesbiscas, os homos, a variedade total do arco-iris... DIVIDE-se. Não é assim. Deixem as pessoas serem o que são, vivemos todos juntos, mas não peçam trato especial por algo que foi Deus que decidiu: inclinação sexual, cor de pele, etnia... Quem nos criou é que lançou os dados. Somos todos frutos da hereditariedade nos nossos genes e deviamos ter orgulho deles, para o bem e para o mal. Todos os nossos antepassados contribuiram para a nossa pessoa. Até genocidas procriaram nesta terra. Não é por isso que os seus descendentes são más pessoas. Mas também não é por seres descendente da monarquia que és melhor. Somos todos iguais. É para aqui que gostava que as pessoas se inclinassem. Sem EXIGIR tratos diferenciais argumentando que é para serem iguais. Raramente é. Se somos iguais nos direitos, temos de ser nos deveres. E se, por lei, somos iguais e a lei, no geral, se cumpre, onde está a desigualdade?
Acho que o silêncio não resolve nenhum problema, "Portuguesinha".
EliminarHá muito que imitamos os EUA, e o cinema tem muita responsabilidade...