domingo, setembro 07, 2025

Uma palavra curta e simples, que diz tanto de nós...


Ao ler o nome de um senhor, que ainda tive o prazer de conhecer, verifiquei que ele "apagou", desde cedo, a letra que fazia toda a diferença, socialmente. O DE desapareceu dos cartões de visita, dos seus escritos e até da assinatura  (deve ter ficado apenas no BI...), ao contrário dos irmãos. 

Fiquei a pensar que há pessoas que fazem exactamente o contrário, são capazes de "somar" um DE antes do apelido final, apenas por este lhe oferecer a ilusão de que descendem de "gente importante" e não das pessoas humildes que lhe deram o berço, mesmo que este não conste na cédula de nascimento.

E ainda fui mais longe. Fiquei a pensar como é que é possível, que uma palavra tão curta e tão simples, seja capaz de nos distinguir tanto, ideologicamente. Sim, traçar o lado que mais nos guia no dia a dia, o esquerdo ou o direito...

(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)


4 comentários:

  1. O "de" dá o tal ar "aristocrático" que alguns tanto prezam, já o "da" bem como o "dos" são absolutamente plebeus tipo: da Silva, da Costa, dos Santos, dois Reis.
    O melhor mesmo é fazer desaparecer a preposição, bem como a sua contração com artigos definidos, assim se constrói uma sociedade sem senhores, nem servidores. :))

    Abraço

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    1. É isso mesmo, Rosa.

      O "ar aristocrático", o ser-se falsamente importante, ao ponto de se "inventar" uma família e uma infância...

      Era isso que pensava o Senhor de que falo que defendia uma sociedade com direitos iguais para todos.

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  2. Será?
    Eu chamo-me Pedro de Oliveira (no cartão de cidadão/BI).
    Sou monárquico (preferia a austeridade monárquica à chulice republicana) e liberal na economia e nos costumes, ainda assim assino sem cagança: Pedro Oliveira, só:)

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    1. As pessoas são todas diferentes e todas iguais, Pedro. :)

      Como percebes, falo sobretudo da praga do "novo-riquismo", de quem finge ser o que não é.

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