sábado, setembro 06, 2025

As coisas que apanhamos no ar e as outras que "roubamos aos outros"...


Nunca foi tão fácil como hoje, apropriamo-nos das coisas que gostamos dos outros.

Trata-se de algo muito limitativo, aliás, todo este tempo que vivemos é demasiado limitativo. Nunca se seguiu tanto o outro, mesmo quando pensamos que estamos a ser originais.

Percebo que seja cada vez mais difícil pensarmos pela nossa cabeça. O mundo está organizado, para não termos tempo para isso, para "pensarmos pela cabeça dos outros", para sermos mais uma "maria que vai com as outras".

Há ainda "outra rua", onde se juntam para beber copos aqueles que preferem dizer que "já está tudo inventado". Só que o tudo, é sempre muito, em qualquer situação da nossa vida. 

O que importa é como as coisas nos aparecem na cabeça. Quando vêm ter connosco nos momentos que são só nossos, seja na varanda quando olhamos para rua ali ao lado ou para a outra cidade que se esconde quase na linha do horizonte e vemos coisas que mais ninguém vê, ou quando estamos deitados na cama, onde há todo o espaço do mundo para termos sonhos esquisitos. 

Nestas situações, as coisas são nossas, de certeza. Mesmo que sejam fruto de mil e uma influências, desde os livros que lemos às conversas que tivemos com os amigos, dentro de nós são nossas, até porque tiveram de passar pelo nosso "filtro", de gosto e de conhecimento...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


Sem comentários:

Enviar um comentário