Ao ler o nome de um senhor, que ainda tive o prazer de conhecer, verifiquei que ele "apagou", desde cedo, a letra que fazia toda a diferença, socialmente. O DE desapareceu dos cartões de visita, dos seus escritos e até da assinatura (deve ter ficado apenas no BI...), ao contrário dos irmãos.
Fiquei a pensar que há pessoas que fazem exactamente o contrário, são capazes de "somar" um DE antes do apelido final, apenas por este lhe oferecer a ilusão de que descendem de "gente importante" e não das pessoas humildes que lhe deram o berço, mesmo que este não conste na cédula de nascimento.
E ainda fui mais longe. Fiquei a pensar como é que é possível, que uma palavra tão curta e tão simples, é capaz de nos distinguir tanto, ideologicamente, traçar o lado que mais nos guia no dia a dia, o esquerdo ou o direito...
(Fotografia de Luís Eme - Caldas da Rainha)
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