segunda-feira, novembro 19, 2018

«Não sei o que é que o Manuel Alegre quer»


Quando vinha para casa ao fim do dia escutei a voz de um casal jovem, meio irritados. alguns metros atrás de mim. Ela exclamou: «não sei o que é que o Manuel Alegre quer.»

Pelo teor da conversa percebi que deviam ser dois jovens politizados, que tanto podiam ser do PS como do BE ou do PAN.

Apeteceu-me dizer-lhes que sabia o que Manuel Alegre queria, mas não quis ser metediço, muito menos mal interpretado.

Não é a tourada, a caça, ou outra coisa qualquer, que estão em causa. Está em causa sobretudo a nossa liberdade. E também a capacidade de fazermos a leitura política do que está a passar, um pouco por todo o lado: a tentativa das minorias de imporem aquilo que acham certo,  mesmo que contrariem a vontade de setenta ou oitenta por cento da população.

Fingem-se grandes defensores do ambiente, dos animais e da saúde, mas o que querem mesmo é contrariar a liberdade dos outros.

E não deixam de ser contraditórios.  Se por um lado defendem a proibição do uso do sal e do açúcar, por outro querem liberalizar o uso das "drogas leves". Nem têm dificuldade em arranjar declarações médicas de que a liamba e o haxixe fazem muito melhor à saúde que os sabores adocicados e salgados da comida...

E como gostam muito de ervas, provavelmente querem que todos nos tornemos vegetarianos...

Ou seja, a liberdade é uma coisa muito boa, mas só para eles.

(Fotografia de Luís Eme)

2 comentários:

  1. Luís, fizeste-me ir à procura de notícias com o Manuel Alegre :)

    Na maior parte dos assuntos deste tipo, julgo que é perigoso seguir o caminho da proibição.

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    1. Então valeu a pena leres, Isabel. :)

      Claro que é, a não ser que se viva em ditadura...

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