Talvez...
Foi a palavra que me saiu, quando a Dulce me disse: «gostamos menos das coisas, todas, incluindo as pessoas...»
Entretanto fui andando até a casa e não foi difícil chegar à conclusão de que o meu talvez já era um sim.
Tudo parece custar pouco, tudo parece insignificante, especialmente para os nossos filhos, que em vez de os empurrarmos porta fora, de vez enquanto, continuamos a guardar um lugar para eles, no "colo".
E pior, deixamos que eles vistam e calcem marcas, mais pelo preço e pelo nome que pela qualidade ou beleza. Sem falar do telemóvel, quase da última geração.
E não sei se é possível voltar a gostar das coisas, como se gostava ontem, incluindo as pessoas...
(Fotografia de Luís Eme)
Luís, não gostamos menos das coisas e das pessoas; gostamos é de outra forma, com mais serenidade. Isto normalmente acontece a partir de certa altura da vida, e tem-se essa percepção também a partir de certa idade.
ResponderEliminarEm parte, tal acontece como defesa advinda de decepções que vão sucedendo, às vezes sem que tenhamos consciência disso. É aplicado um raciocínio deste tipo: "se me entusiasmar muito, se depositar muito, corro mais riscos de sofrer mais se não corresponder ao que queria e gostaria". Também, funciona a aprendizagem da "alteração de foco".
Não era bem esse o sentido das minhas palavras, Isabel.
EliminarFalava mais sobre o "vale tudo" dos nossos dias. Não é saudades do "respeitinho" e do "falso cavalheirismo", mas nunca assisti a situações tão caricatas desrespeitosas entre pessoas, como nos nossos dias.