Ao ler algumas algumas palavras de Joaquim Vieira, que apresentou a sua biografia de José Saramago há dias, fiquei a pensar nos "preconceitos e rótulos" que ainda circulam por aí (depois de se saber que há quem "compre" cursos superiores para compor o "ramalhete" lá de casa...), mesmo que normalmente nas profissões que lidam diariamente com palavras (jornalismo e literatura) não exista muito essa coisa do "doutor".
Mas antes de Abril não era assim, e Vieira diz-nos que Saramago estava longe de ser olhado "como um deles", pelos seus pares, que nem sempre aceitavam as suas "intromissões", enquanto editor...
Felizmente tudo se esbateu com o tempo. E então depois do Nobel, é que nunca mais ouviu ou leu qualquer referência ao facto de Saramago não ter um curso superior. Talvez em algumas conversas de café, em que quase que se "mordem meias e sapatos", alguns escribas que sofrem daquelas dores que atingem cotovelos e testas, ainda lhe chamem "torneiro", e até coisas piores...
Eusébio teve mais sorte. O seu talento era tal que marcou logo a diferença, sagrando-se Campeão Europeu, mal chegou ao Benfica. Foi transportado de imediato para o pedestal dos melhores do mundo (onde permanece, com todo o mérito...) e nunca foi tratado como preto. Ou seja, o seu talento como futebolista e a sua simplicidade, fizeram com que sempre fosse tratado como "um de nós"...
Claro que eles são a excepção que confirma a regra. Pois o que não falta por aí são "pretos" a jogar futebol ou "torneiros" armados em escritores... tal como fulanos que gostam de morder "meias e sapatos"...
(Fotografia de Luís Eme)
Desculpe Luís, mas eu entendo que o preconceito é o maior atestado de estupidez que o ser humano pode ostentar. Se todos nascemos nus e todos morremos, isso não é a maior prova de que todos somos iguais, independentemente da cor da nossa pele, do credo, da opção sexual da carteira mais ou menos recheada, ou dos "canudos" que ostentamos?
ResponderEliminarAbraço e bom domingo
Pois é, Elvira.
EliminarMas o que não falta por ai é gente a colocar-se em bicos de pés e a colocar-se na primeira fila de qualquer frente. :)
A vaidade e a inveja, quando se juntam à mediocridade, deitam tudo abaixo.
Parece-me que é mais fácil ser consensual no "desporto" futebol do que no campo das letras. Dor de cotovelo? talvez.
ResponderEliminarSem dúvida, Maria.
EliminarAs Letras têm muito mais "campeões de matraquilhos". :)