quarta-feira, janeiro 03, 2018

(E Esta?) Uma Casa com Janelas Para o Rio e Para Lisboa...


Achei curiosa a transcrição de uma das cartas do D. Filipe I (o primeiro invasor espanhol...), que encontrei no meu "arquivo", numa crítica literária de Alexandra Prado Coelho, publicada no suplemento "Ipsilon", a 14 de Março de 2008:

«Indispensáveis para compreender a personalidade de Filipe I de Portugal (II de Espanha) são as cartas que escreveu às filhas durante o tempo que passou em Lisboa, depois de se ter tornado rei de Portugal.
Aí descreve a sua vida na cidade, conta detalhes domésticos, fala de trivialidades e releva o quanto gosta de estar em Lisboa. Durante as Cortes de Tomar, por exemplo, comenta: Querem vestir-me de brocado, muito contra a minha vontade, porque dizem que é o costume nestas paragens”. E noutra carta: “Atravessámos o rio para vir para Almada, onde tenho uma casa muito bonita mas pequena, e de todas as janelas vê-se o rio e Lisboa, e os barcos e as galés”.
Estas cartas reforçam a imagem que Kamen (Henry) dá a Filipe, um governante que “não pensava em termos de um grande plano” e cuja maior preocupação era “manter tudo a funcionar bem”.»
                                                 
O mais curioso é tentar descobrir onde fica essa "casa muito bonita, mas pequena, e de todas as janelas vê-se o rio e Lisboa, e os barcos e as galés". Sei que este "pequeno" tem muito que se lhe diga, pelo menos para um rei...

(Fotografia de Luís Eme - a Casa da Cerca em Almada)

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