Nós somos o que nos deixaram ser, em quase todos os ângulos da vida, se esquecermos essa coisa que chamam "genes", que já herdámos de quem nos mandou "vir de frança" (de pais, avós, tios e até bisavós, que a maior parte das vezes não conhecemos...).
Toda esta introdução quase "biológica" porque o texto de ontem por estar ligado ao de hoje. Tive uma conversa que foi quase uma entrevista, sobre as coisas da cultura. Falámos muito de livros, de cinema e de teatro.
Parámos no cinema, e depois no teatro. A questão que ficou presa à "arte de talma", foi o facto de ela nunca ter chegado ao grande público, ao chamado "povo". As únicas excepções foram o teatro de revista (as peças chegavam a estar mais de um ano em cena, com lotações esgotadas, e era comum virem excursões da província assistir aos grandes êxitos) e o teatro de feira (quase sempre com a magia do manuseamento das marionetes...).
E lá apareceu o "umbigo" de alguns encenadores e autores (pseudo-intelectuais...), que adoram ser chatos e encenar peças que nem eles próprios percebem muito bem o sentido, deixando quase sempre a diversão de lado, que na minha opinião nunca devia estar distante dos palcos. Quando falo de diversão não estou de maneira nenhum a "exaltar" o teatro brejeiro e de riso fácil. É bom (para mim é o melhor...) quando saímos de uma sala de teatro ou de cinema, a pensar, porque voltámos a sentir algumas "dúvidas existenciais". Da mesma forma que é saboroso sairmos com um contentamento interior, que nem precisa de nos fazer sorrir. Basta que nos faça pensar: «Que grande peça!» «Que grande filme!»
Começo a escrever e depois esqueço-me do que queria dizer...
Eu sou da geração da televisão e do cinema. Cresci com a sétima arte, na infância vi quase todos os clássicos da Disney, assim como o burlesco mudo do Charlot e de Keaton, mas sem colocar os pés numa sala de teatro (isto de se viver na província é mais complicado do que parece...), pela sua ausência, especialmente de teatro infantil (onde tudo começa...).
E foi esta a educação do meu olhar...
Começou mal para mim este 2018, que já me levou duas vezes às urgências. Convalescente andei por aqui pondo a leitura em dia e sempre aprendendo algo com o Luis.
ResponderEliminarAbraço e uma boa semana
Boa e rápida recuperação, Elvira.
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