segunda-feira, dezembro 14, 2015

Os Livros que me Apetece Ler e os Outros...


Comecei por escrever no título: "Os Livros que nos Apetece Ler e os Outros...". Mas lembrei-me de imediato que estava a falar apenas do leitor que há em mim e de mais ninguém. Ou seja, neste escrito não há qualquer dado estatístico, encontram apenas o preconceito de leitor. Sim, não tenho qualquer dúvida em assumir, que se há uma situação em que eu seja preconceituoso, é na escolha dos livros que leio.

Eu conto: se há um escritor que me seduz na primeira leitura, tento sempre ler mais e mais livros, gerados na sua "fábrica de sonhos". Claro que o contrário também acontece, raramente dou uma segunda oportunidade a quem me desilude na estreia, a quem não me diz nada com as suas palavras.

Noto isto na época de Natal em que faço uma lista mental dos livros que gostava que me oferecessem. Há um que já me ofereci a mim próprio (é a prenda da minha mãe, e ainda falta outro, que é a prenda da minha sogra. Ambas preferem que seja eu a escolher os livros que quero ler...), por ter quase a certeza de que ninguém mo iria oferecer, a "Biblioteca", de Pedro Mexia.

Entre outras coisas, espero que não me ofereçam o romance da Clara Ferreira Alves (lá vem o meu preconceito...).  Ela e o Miguel Sousa Tavares são bons exemplos de que um bom cronista não tem de ser um bom romancista, por mais suor que lhes escorra pela testa. Escrever romances é outra coisa...

Por exemplo, estou muito mais interessado em ler, "Onde a Noite Acaba", contos e novelas de José Rodrigues Miguéis, que a Clara me ofereceu, mesmo que seja de 1959 e já tenha passado pelas mãos de vários leitores.

Das edições natalícias  tenho curiosidade em ler , "Bronco Angel, o Cow-boy Analfabeto", de Fernando Assis Pacheco, "A Minha Europa" de Maria Filomena Mónica ou o 4º volume da biografia de Álvaro Cunhal de Pacheco Pereira.

Há um livro que me desperta alguma curiosidade, mas tenho algum receio de ficar desiludido. É "O Independente, a Maquina de Triturar Políticos", apenas por uma razão: li algures que é escrito por antigos jornalistas do semanário (Filipe Costa Santos e Liliana Valente). Na minha opinião um livro destes devia ser escrito por gente de fora, nunca da casa (provavelmente estou a ser mais uma vez preconceituoso...), para que exista alguma distanciação do "fenómeno", tão odiado pelos cavaquistas.

Claro que há muitos mais livros que quero ler, mas tenho pelo menos uns trinta em fila na estante a acenarem-me. Uns quase que até fazem o pino para serem lidos. E são de bons autores.

O óleo é de N. C. Wyeth.

9 comentários:

  1. Um livro é sempre um bom presente. às vezes dependendo daquilo que a leitura nos desperta, pode ser o melhor presente do mundo.
    Um abraço e uma boa semana

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  2. Tal como o Luís, também eu tento ler sempre mais livros dum autor que me agradou no primeiro livro, por exemplo, estes (entre muitos outros) nunca me desiludiram:

    FLANNERY O´CONNOR
    JOYCE CAROL OATES
    PHILIP ROTH
    AFONSO CRUZ

    Mas por exemplo gostei imenso do "CAMILO BROCA" do Mário Cláudio, mas já não gostei nada, mesmo nada dos três seguintes que li.

    "BIBLIOTECA" do Pedro Mexia quero ler (já o folheei na livraria), até porque gostei dos três ou quatro livros que já li dele (AS VIDAS DOS OUTROS, O MUNDO DOS VIVOS...)

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    1. Também acontece, Severino.

      Há uma evolução do escritor, que não é boa para o leitor.

      O caso do Lobo Antunes é o mais sintomático, para mim, claro.

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    2. Curioso - é que gostei imenso dos três primeiros livros do A.Lobo Antunes ("MEMÓRIA DE ELEFANTE", "OS CUS DE JUDAS" e "CONHECIMENTO DO INFERNO", mas a partir daí brrrrrr, sou absolutamente incapaz de ler um livro dele, nem duas páginas seguidas consigo ler.Incrível.

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  3. Congratulo-o pela quantidade de autores portugueses que aponta!! Os meus sempre preferidos são, de há anos para cá, autores portugueses. Não gosto da "prosa" de grande parte dos tradutores...

    Boas Festas e boas leituras.

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    1. Sempre gostei de ler autores portugueses, Graça.

      De ler as nossas histórias.

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  4. Lês bons autores, Luís. Claro que as nossas leituras são sempre determinadas pelo estado de espírito que vamos tendo. Eu também gosto que me ofereçam livros.
    Um abraço, amigo.

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    1. Os bons autores são universais, Graça.

      Como leio bastante, é normal que o gosto seja refinado. :)

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