quarta-feira, dezembro 09, 2015

A Coragem Intelectual e Política


Apesar de Pacheco Pereira gostar de controvérsia e de "nadar contra a corrente", é um dos comentadores que mais desafia a nossa inteligência, porque nunca se limita a dizer mal disto ou daquilo. Desenvolve sempre o seu pensamento com grande clareza, sem nunca ter medo de incomodar este ou aquele, à esquerda ou à direita.

Houve alturas em que pensei que as pessoas como ele não têm lugar dentro dos partidos, porque são demasiado livres para se submeterem à, tantas vezes incómoda, disciplina partidária.

Hoje continuo a pensar a mesma coisa. Embora reconheça que o problema está mais dentro dos partidos que em pessoas como o Pacheco Pereira. A diversidade de opiniões desde há uns anos para cá passou a ser ser uma coisa negativa nos grupos políticos, algumas vezes até é encarada como "traição", como se toda a gente tivesse de gostar do amarelo ou do lilás.

Lembro-me do tempo em que quase todos os partidos criticavam o PCP pela sua disciplina interna, apelidada de "estalinista".  É por isso que me incomoda o que se passa na actualidade em praticamente todos os partidos, em que a chamada "voz do dono" impera sobre todas as outras.

Ou seja, não foi o Pacheco Pereira que mudou. A democracia partidária é que passou a ser uma coisa diferente, deixando muito a desejar, pelos exemplos que nos são oferecidos quase diariamente.

Este é apenas mais um dos exemplos de que somos em 2015 um país muito menos livre que em 2010, para não recuar mais no tempo...

4 comentários:

  1. É verdade. Parece que os militantes não têm direito à liberdade de pensarem com a sua própria cabeça.
    Um abraço

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    1. Sim, Elvira.

      Até parece que os partidos só recebem gente falsamente esperta, que usa a política como escadaria.

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  2. Respostas
    1. É uma pena, terem deixado os partidos chegarem a este ponto, Graça.

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