domingo, agosto 31, 2025

O mundo (e eu) a girar à volta das minhas palavras


Quando se escreve por tudo e por nada, o normal é andarmos rodeados de papelinhos. A maioria acaba por ir para o lixo, porque as boas ideias têm um prazo curtíssimo de validade. Sim, o que "ontem era engraçado, hoje perdeu a graça". São tantos anos a lidar com isto, que passou a ser o normal.

O curioso, é que, nem mesmo assim desisto de encher talões de compras de palavras... 

Claro que há papeis mais insistentes, que tentam-nos convencer que até têm "boas ideias", que podem ser transcritos para o caderno A5 do ano. 

Pobres palavras, pensam que passaram a ter "outro estatuto" (é apenas mais uma ilusão). Depois de cheios os "cadernos de palavras" são guardados em qualquer caixa e por lá ficam, esquecidos...

Estou a escrever estas insignificâncias, porque aproveitei este final de Agosto para "destruir" dois pequenos cadernos (acho que aquele tamanho é A6...), que já andavam a saltar de gaveta em gaveta há algum tempo (um deles tinha apontamentos de 2017...). Aproveitei algumas coisas, umas por estarem datadas e referirem-se a acontecimentos que tiveram alguma importância na época, outras por me dizerem alguma coisa. Sabia que havia coisas escritas sobre "os outros", que não fazia ideia de quem fossem. Mas isso nem era importante.

Aliás nada disto é importante, é apenas o mundo a girar à volta das minhas palavras...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, agosto 30, 2025

"A Janela Alta" de Raymond Chandler


Nas minhas voltas por Almada, de vez em quando passo pela Casa da Cerca, onde continua a ser possível visitar os jardins e dizer olá ao Tejo (as salas de exposições continuam fechadas e são um dos vários exemplos de obras de "santa engrácia" da Cidade...).

Depois de passar ao lado das "janelas altas" com vista para o Rio, descobri uma banca com livros com um convite para os levar de viagem, para serem lidos.

Os meus olhos pararam num policial da "Colecção Vampiro", do Raymond Chandler, que mesmo sem chegar aos calcanhares de Ross MacDonald (o autor mais lido da minha carreira de leitor...), me lembrou Bogart, provavelmente o melhor Chandler do cinema. Depois apeteceu-me voltar a ler as aventuras dos detectives do mundo escuro dos Estados Unidos da América e trouxe o pequeno policial, com um título que tinha mais que ver do que pensei na altura, com aquele lugar agradável, as tais janelas altas, onde se podem ver as muitas barcas que navegam no "melhor Rio do Mundo"...

E depois aconteceu a leitura rápida deste género literário. Sim, bastaram dois dias para "devorar" as 243 páginas escritas pelo bom do Chandler, em mais uma história com dólares, chantagens e assassinos.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, agosto 29, 2025

Sol, livros, mar, livros, sol, livros, mar livros...


Talvez os frequentadores da minha praia, não sejam pessoas muito normais. Talvez...

Noto isso pelo número de pessoas agarradas a livros que encontro rente aos chapéus de sol, com vista para o mar. 

Até parece que aquele lugar tem uma placa qualquer, invisível, onde se informa qualquer coisa como: "praia aconselhável a leitores de livros".

Sim, o nosso caso esteve longe de ser único (três pessoas com três livros abertos...). E ainda bem. 

Nota não menos importante, havia leitores de todas as idades. Sim, não me venham cá com o "filme" de que os jovens não lêem, eles eram praticamente iguais em número aos pais e aos avós, que gostam de ler deitados e sentados na toalha, a sentir aquela brisa quase azul que vem do Oceano.

Só me faltou mesmo, andar de chapéu em chapéu, a ver o que se lia mais, romances, ensaios ou poesias...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)

Nota: quarta e última crónica algarvia.


quinta-feira, agosto 28, 2025

Há demasiadas percepções (e repetições) à nossa volta


Sei que é um problema global, mas incomoda-me o rumo que querem dar ao nosso país, com as percepções a sobreporem-se, cada vez mais, à realidade.

Começou com a imigração, seguiu-se a violência... e agora ficamos com a sensação, de que vai haver sempre alguma coisa que irá ser vista com uma lente de aumentar e de "enganar", usada pelos políticos e pelos editores de um jornalismo, que está cada vez mais virado para o espectáculo e menos para a transmissão nua e crua de factos.

Não quero de maneira nenhuma diminuir a área ardida de Portugal, que é trágica e assustadora, mas devo dizer que fiquei aliviado por neste fim de semana que prolonguei por mais dois dias, perceber que não ardeu "tudo" na Serra da Gardunha e nas suas proximidades. 

Durante a viagem entre Almada e Idanha-a-Nova, não encontrei áreas ardidas (tinha receio de me deparar com um país pintado de cinzento...). Só quando me desloquei para o concelho de Penamacor, a caminho de uma das minhas praias fluviais preferidas, vi com os próprios olhos a devastação provocada pelo fogo, mas a alguma distância das povoações. Depois, em conversa com um familiar, que estava na nossa aldeia quando os incêndios estiveram mais críticos e assustadores na Beira Baixa, ele falou-me da nuvem de fumo cinzenta que invadiu toda a região e deixou vestígios nas casas, nos carros, nos campos e até na nossa garganta (no nosso quintal havia pontos negros, que vistos de perto, se percebia que eram pedacinhos minúsculos de carvão...), que levou as pessoas a cobrirem parte do  rosto com as  máscaras que tinham sobrado da pandemia. Mas foi este mesmo familiar que também nos contou que nem todas as aldeias estiveram cercadas pelo fogo, como foi relatado pelas televisões, cada vez mais reféns da desgraça alheia. Assim que ouviu algumas notícias, ligou logo a um amigo, que o descansou e disse que a sua terra não estava cercada como diziam (e felizmente nunca esteve...), que as chamas aproximaram-se apenas de uma das pontas da aldeia e estiveram controladas. Os únicos problemas era o ar ser irrespirável e a temperatura estar acima dos cinquenta graus...

O que acho de mais estranho nisto tudo, foi vermos a RTP, a SIC e a TVI a funcionarem da mesma forma que o CMTV, aumentando, vezes demais os problemas (repetindo as mesmas imagens até  à exaustão...), em vez de os manterem na escala e no tempo real. 

Mas, a pouco e pouco, vamo-nos habituando a esta forma de governar e de dar notícias, em que as ilusões e desilusões que alimentam as "telenovelas", colam-se cada vez mais à realidade, com a cumplicidade de um moedas ou de um montenegro, que são cada vez mais iguais ao ventura. Só lhes falta fazerem os mesmos "números" ridículos que este faz nas redes sociais, ou passarem a vida a correr atrás das televisões (que também o seguem, "religiosamente"...), sempre prontos para tirar dividendos políticos de qualquer desgraça alheia.

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


segunda-feira, agosto 25, 2025

Todos eles sabem o que não fizeram no Inverno e na Primavera...


Nós na blogosfera, "podemos estar e não estar", como é o meu caso.

Sim, estou na Beira Baixa e como desta vez decidi não levar computador, escrevi estas palavras na sexta feira, ainda por Almada.

Durante a viagem e o fim de semana, devo ter passado por demasiados lugares que agora estão pintados de cinzento.

Antes de partir e ver a Serra da Gardunha a arder, a minha preocupação era que as chamas não chegassem a Alpedrinha, uma povoação da qual gosto bastante (mesmo sem ter por lá laços familiares, foi uma daquelas heranças do meu pai, que não se explicam, a não ser ele também se sentir bem por lá...).

Sei que muitas das pessoas que têm responsabilidades acrescidas por tudo o que aconteceu, no Norte e Centro do país, fingem que a culpa é apenas das alterações climáticas e do vento indomável. Algumas até  se vão aproveitar destas tragédias para retirar dividendos eleitorais, nas autárquicas, que estão já ali ao virar da esquina e apontar o dedo aos adversários políticos...  

É gente que se sente como "peixes dentro de água", nestes tempos estranhos em que vivemos.

E, embora gostem de usar e abusar do facto de sermos um povo de memória curta, todos eles sabem o que não fizeram no Inverno e na Primavera...

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


domingo, agosto 24, 2025

A praia ao sábado e ao domingo


Mesmo nas praias do Sul, também se nota que os sábados e domingos são diferentes dos restantes dias da semana.

Basta haver Sol e há logo romaria, em qualquer praia deste "paraíso à beira-mar plantado".

É nestes dias especiais da semana que se nota mais a presença de gente que não faz pausa para o almoço (trazem a geleira bem abastecida de sólidos e líquidos) e montam quase "acampamentos" na praia. 

Já não são as pessoas do meu tempo de infância... São mais finas, alimentam-se sobretudo de saladas e sandes, para estarem sempre prontos para ir a banhos.

Recordei alguns domingos passados em família na praia de Salir do Porto, com avós, tios e primos... Montava-se acampamento e comia-se comida quase normal, que nos obrigava a esperarmos três horas, com digestões dignas de abades. Havia sempre um tacho grande com arroz de tomate, (embrulhado em papel de jornal) e muitos panados... Não me lembro de haver garrafão de vinho, mas já não digo nada.

Acho que nunca mais almocei na praia... Até porque na adolescência só íamos à praia depois de almoço. O normal era o nevoeiro tomar conta da Foz do Arelho durante as manhãs...

E continuo a gostar mais da praia, de segunda a sexta. Gostos...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)

Nota: terceira crónica algarvia.


sexta-feira, agosto 22, 2025

A escolha de "escudos humanos" na política


Quando se chefia um governo, há sempre a tentação de escolher ministros, cuja função principal é serem "escudos humanos", estarem lá para apanharem a "porrada" destinada ao primeiro-ministro.

É sempre uma atitude cobarde. Esta cobardia só sobe de nível, quando se escolhem mulheres para fazerem de "escudo", usando as suas aparentes fragilidades.

O "conde de monteverde" é perito nisso, não só se esquiva às perguntas como tem a mania que é bom a brincar ao "toca e foge". 

Além de ter uma ministra da Saúde disposta a fazer todos os tipos de papeis, também escolheu para a pasta da Administração Interna (antes e agora), duas mulheres competentes, mas com dificuldades em comunicar debaixo de pressão e em vestir fatos que não lhes estão à medida.

Ou seja, quando for preciso "rolarem cabeças", tem a dele longe do "cadafalso"... Até porque já começa a ser tarde demais para continuar a empurrar culpas para os suspeitos do costume (PS), dois governos e dois Verões depois...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, agosto 21, 2025

Uma boa notícia para Almada e para a Margem Sul


A notícia sobre a continuidade da exposição de fotografia, "Venham mais Cinco", até 23 de Novembro, nas instalações da Lisnave, é muito boa para Almada e para a Margem Sul, tantas vezes subalternizada.

Tenho poucas dúvidas de que esta continuidade se deve também ao pouco interesse desta mostra de fotografia memorável (não conheço nenhuma com tanta capacidade para contar apenas com imagens a história da Revolução e do PREC...), provavelmente por encher demasiadas paredes.

Sérgio Tréfaut já falou, mais que uma vez, na dificuldade que tiveram em fazer com que esta exposição passasse do papel para a parede, dos sonhadores para o público. Até o Presidente da República, normalmente tão solicito, lhes deu "sopa"...


Visitei a exposição três vezes, com a sua continuidade, é possível passar por lá, pelo menos mais uma vez. Desta última vez, gostei de me cruzar com dezenas de pessoas a olharem os bonitos retratos a preto e branco (a cor aparece para ser a excepção que confirma a regra).

Estou grato a Sérgio Trefaut e à Margarida Medeiros (que já não teve a possibilidade de assistir a este sonho que se tornou realidade...), pelo seu amor à história, pelo bom gosto e pela sua teimosia. 

Sim, tanta coisa que não se fazia neste país, se não existisse uma dúzia de teimosos, que quando mais os contrariam, mais eles lutam pelos seus objectivos (eu também já fui assim...).

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quarta-feira, agosto 20, 2025

O peso e a paixão pelas palavras...


Nunca tinha pensado nisso, mas havia alguma verdade, na afirmação quase surpreendente, de que ninguém amava tanto as palavras como os analfabetos...

E havia mesmo (mais que alguma verdade...). Sempre gostámos das coisas que não temos ou que achamos, de certa forma, inalcançáveis.

Estupidamente, muitos adultos não aprenderam a ler e a escrever, porque sentiam que tinham perdido esse tempo, que era uma coisa que só se aprendia na infância. Alguns tentaram e desistiram, porque pensavam que era uma coisa que se aprendia em duas ou três lições, mas era mais complicado que isso. Não é por acaso que o ensino primário faz-se durante quatro anos...

Esta frase foi apenas o final de uma conversa sobre a "manipulação" e até "invenção" do sentido das palavras. Sim, é verdade, inventa-se mais do que se devia, até se diz que a língua portuguesa é muito traiçoeira. 

Curiosamente, interessou-me mais este "amor", sobretudo à palavra escrita, que os "jogos de palavras", normalizados nestes tempos em que a mentira tem um peso social diferente de ontem...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


terça-feira, agosto 19, 2025

Todas as imagens "falam", mas há algumas que dão mais nas vistas, por "falarem pelos cotovelos"...


Não sei se há alguma fotografia que substitua "mil palavras", nem acho que isso seja importante. 

É apenas mais um lugar comum, que pretende realçar a importância da mensagem (ou mensagens...) que é possível transmitir, através de uma simples fotografia, sem querer ser lei.

Sei apenas que todas as imagens "falam". E que há algumas que dão mais nas vistas, por "falarem pelos cotovelos"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


segunda-feira, agosto 18, 2025

«Se não tivesse amor próprio, há tanto tempo que estava na sarjeta...»


Estava sentado num café de bairro, com o Gui, que regressou por breves momentos a este pobre país, para ser padrinho de casamento de uma das irmãs.

Quase que não falámos dos incêndios. Era tudo demasiado trágico para estarmos a "bater na realidade"...

E depois houve uma senhora, numa mesa ao lado, ligeiramente mais nova que nós, que teve um daqueles desabafos que não nos foi indiferente: «Se não tivesse amor próprio, há tanto tempo que estava na sarjeta...»

O Gui aproveitou aquela frase para falar da força que as mulheres têm de ter, para se levantarem todos os dias da cama e irem "lutar contra o mundo" que gosta tanto de as subalternizar.

E depois aproveitou para dizer que a irmã ia cometer um erro, porque o gajo que ela escolheu para casar gostava mais de "ferraris" que de mulheres. Perguntei-lhe se ele falou com ela. Disse-me que não. Não fora preciso, a irmã do meio tinha se dado a esse trabalho. Para nada, como é normal.

Ainda lhe disse, se não era isso que acontecia com quase todos nós, fartarmo-nos de escolher para fazermos quase sempre a escolha errada. Sorrimos, claro. 

Depois reparámos que na mesa ao lado, as duas mulheres que também tinham dado pela nossa presença, e agora sorriam à vida.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, agosto 17, 2025

Não há palavras para descrever toda esta tragédia...


Não há palavras para descrever toda esta tragédia, que tem assolado, dias a fio, algumas das zonas mais bonitas do Norte e Centro do País.

Muito menos é tempo de falar dos culpados - para além do vento, das altas temperaturas e dos bandidos dos incendiários - de toda este inferno, até porque muitos deles vão ser novamente candidatos autárquicos à câmaras e juntas de freguesia. E provavelmente até vão continuar a governar, mesmo que a sua grande virtude seja "apontar dedos"...

É isso que me faz pensar, muitas vezes, que somos "um país sem conserto".

Mas não é bem sim. Há o outro lado, o lugar onde estão os melhores de nós, mesmo que não passem de gente simples e anónima.

Falo dos milhares de bombeiros que andaram (e continuam a andar...) dias e dias a correr de um lado para o lado, mesmo sabendo que é humanamente impossível chegar a todo o lado. Mesmo que a experiência do terreno lhes diga que as estratégias usadas no terreno, estão longe de ser as melhores (mas como "quem manda pode"...), continuam na sua luta diária, mal comidos, mal dormidos e completamente exaustos. E das populações. Da gente de todas as idades que se uniu para defender o bem comum. Muitas vezes, cercados pelas chamas e sem o "manto protector" dos Soldados da Paz por perto, lutaram com todas as suas forças para protegerem os seus bens e os dos vizinhos mais desesperados. 

Apesar destes tempos do "eu", provou-se, mais uma vez, que a solidariedade nunca foi, nem será, uma palavra vã.

(Fotografia de Luís Eme - Beira Baixa)


sábado, agosto 16, 2025

"O que é meu é meu, o que é teu é nosso..."


Esta semana devolvi a chamada de um amigo (com mais de uma semana de atraso...), que me queria falar da publicação misteriosa de um dos seus trabalhos no "facebook". Até porque a sua aguarela tinha sido feita propositadamente para a capa de um dos meus livros.

Ele estranhou o facto, por calcular que se ele não tinha "oferecido" a imagem ao sujeito pequenino, que sempre foi hábil a usar as costas dos outros, para chegar ao alto das "montanhas da vida", eu muito menos.

Ficou incomodado, eu nem por isso. 

Sei que este mundo está mais do lado da "criatura", que do nosso, porque ele sempre agiu daquela maneira engraçada de que, "o que é meu é meu, o que é teu é nosso..." E, infelizmente, as redes sociais continuam adequadas à forma cobarde como ele age no dia a dia.

Claro que sabia por terceiros que "copiavam" textos e fotografias minhas e que as publicavam nestes lugares - onde o ar se torna irrespirável, mais vezes do que devia -, ignorando a autoria, como se fossem eles os seus criadores. 

Foi este sentimento de impunidade que sempre me afastou das redes sociais. Não preciso de me chatear (como acontece com o meu amigo e com muitas outras pessoas...), por estes lugares terem sido tomados por cobardes que se escondem atrás de um "nick name" e acham que podem fazer tudo, desde insultar as pessoas de quem não gostam a roubar os textos e as imagens dos outros, para "embelezarem" as suas "pocilgas"... 

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


sexta-feira, agosto 15, 2025

As palavras têm cada vez menos importância no mundo. Até já há quem as escreva por nós...


Não é de hoje, é de sempre. 

Sim, as pessoas sempre olharam mais para as coisas. É uma das coisas mais fáceis e naturais do mundo. Escrever ou ler sempre foram tarefas mais complicadas e trabalhosas.

É também por isso que se diz que uma imagem vale por mil palavras. E muitas vezes vale (falei disso com a minha filha, ontem, quando visitámos a exposição de fotografia "Venham mais Cinco", na minha terceira visita...)

Lá estou eu a fazer um "desvio na conversa"... 

Mas por ser feriado, vou deixar o "outro assunto" para amanhã. Fico-me mesmo pela importância, cada vez maior das imagens, ao mesmo tempo que a arte de escrever continua a ser desvalorizada, ao ponto de haver já gente a decretar o fim da literatura (há quem adore decretar "fechos" e "fins", já aconteceu com os jornais e livros de papel e até com a história...).

O que poderá acontecer, é a banalização da escrita de autor. Graças ao talento da Inteligência Artificial, uma ferramenta essencial para quem não tem "arte e engenho", a escrita bonita parece ficar ao alcance de todos...

Voltando ao segundo parágrafo, não é por acaso, que a imagem continua a ser hipervalorizada, hoje, graças aos "smarphones", que transformam os milhões de "telefonadores", que nos rodeiam, em "fotógrafos de excelência"...

(Fotografia de Luís Eme - Cacilhas)


quinta-feira, agosto 14, 2025

A Solidão do Filipe no areal da praia...


Durante dias seguidos dois casais jovens e duas crianças montavam um "acampamento" próximo do nosso velho chapéu verde e por ali ficavam, até ao final do dia, presos ao "rectángulo mágico", provavelmente, a correr mundo, uns deitados na toalha outros sentados nas cadeirinhas de riscas para a época.

As duas crianças eram completamente diferentes, uma menina de oito,  nove anos, incapaz de partir partos e um garoto de cinco seis anos, que assim que podia pegava na bola de futebol e afastava-se ligeiramente do "acampamento", para dar toques na sua "mais que tudo", inventando jogos, enquanto chutava para o ar e corria atrás da bola, para um lado para o outro, gritando umas vezes pelo Benfica e outras pelo Sporting...

Na dezena de dias que  partilhámos a praia nunca vi o pai ou o tio, levantarem-se, um da toalha outro da cadeira, para inventarem um "adversário a sério", ou um "companheiro de equipa", nos jogos diários do Filipe.

Ao fim do segundo, terceiro dia, já tinha pensado no quanto esta criança precisava de um amigo de férias, para enganar a solidão, ou mesmo de um primo ou prima, que fosse diferente da irmã, que gostasse como ele, de correr e saltar no areal da praia...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)

Nota: segunda "crónica algarvia".


quarta-feira, agosto 13, 2025

Todos sabíamos que havia mais que uma definição de silêncio...


Às vezes acontece, a crítica a um livro "dá corda" a conversas que não precisam nem querem um termo. O livro, História do Silêncio, de Alain Corbel, prestou-se a isso, mesmo sem o termos lido, com apenas a leitura das palavras da Cláudia Carvalho Silva (Público).

Houve logo uma frase que deu tecido mais que suficiente para as mangas, que não fazem falta nenhuma neste Verão excessivo: "A língua da alma é o silêncio". Ninguém a conseguiu contrariar.

Entre outras variações, houve uma que não trouxe consensos, eu sorri, por gostar de me reencontrar de uma maneira e de outra. Mas claro que a possibilidade de escutar o mar, as árvores quando abraçam o vento, o piar de uma ave ou até os passos de alguém na rua (à noite há sempre mais coisas para escutar...). A frase foi "o silêncio é uma forma do individuo se ouvir, de se reencontrar". Pois é, nós urbanos além de vermos sempre poucas estrelas no céu, também não conhecemos muitos sons que invadem os campos e suplantam as vozes humanas...

E é por isso que ganhamos a capacidade de nos "reencontramos" no meio da multidão.

Vinha para casa a pensar que há demasiadas pessoas dentro das cidades a precisarem de passar um mês, numa das muitas aldeias, quase desertas do país (não é dessas de "brincar ao turismo"...), porque o silêncio não é quando o mundo fica sem som, é quando o que está à nossa volta ganha vida...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


terça-feira, agosto 12, 2025

As praias privadas, e as outras, que são só para quem as conhece...


Este ano notei que a minha praia dos últimos quinze anos (a Praia do Cabeço, sem vigilância e concessionário...), está a perder qualidades. Começou a ser descoberta e já não tem aquele aspecto de "paraíso", com muito mais areia que chapéus e pessoas.

Sorri, ao pensar nos "condes da Comporta", que sabem que o dinheiro compra quase tudo, ao ponto de terem o privilégio de ter praias apenas para eles, a família e os amigos.

A falta de acessos vai continuar, porque há muito tempo que o "povo" perdeu aquela "batalha de Tróia", que se prolonga desta bonita praia até Melides. Os preços dos bilhetes dos ferrys que fazem a travessia entre Setúbal e a Margem Sul (aposto que nenhum ricaço de Tróia lhe chama isso...) e os obstáculos pouco naturais, que dificultam a chegada ao mar, são um bom exemplo de quem quer praias sem a presença dos "outros"...

Curiosamente, em nenhum momento quis ter "uma praia só para mim", até por saber que isso é possível, lá para Outubro. 

Claro que dispensava a companhia tão próxima dos espanhóis que falam pelos cotovelos e parecem ter um autofalante na boca. Apesar de terem quase toda a praia para eles, gostam de colocar o chapéu a menos de cinco metros de quem preferia estar por ali, sossegado, a ler e a ouvir apenas as ondas do mar...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve) 

Nota: primeira das minhas "crónicas algarvias".


segunda-feira, agosto 11, 2025

Problemas que existem mas, que, com uns truques (quase de magia) "deixam de existir"...


Até podia ser o refrão de uma canção, este título que escolhi, quase com o ritmo da "bossa nova".

Mas é a definição de uma forma de fazer política destes tempos modernos, levada ao extremo pelo Governo de direita do nosso país, com a cumplicidade das redes sociais e de um jornalismo cada vez mais subserviente e com menos capacidade de se ver ao espelho.

Eles perceberam que se inventarem um "não problema", que seja dito por alguém com poder (as ministras do trabalho e da saúde são boas a desempenhar este papel...), este acaba por esconder os verdadeiros problemas que afectam o país, pelo menos durante semanas.

Claro que nem tudo lhes corre bem. Como têm tiques autoritários e revelam mau perder, quando as coisas não correm como esperavam, quase que sopram pelos ouvidos. Foi o que aconteceu com a nova lei da imigração, que depois de fiscalizada pelo Tribunal Constitucional, volta ao Parlamento. Esse "mau perder" revela-se nas acusações contra os juízes que votaram maioritariamente contra, a passos de serem considerados uns "perigosos esquerdistas", quando apenas se limitaram a fazer cumprir a nossa Lei maior...

E entretanto, não se fala da saúde, da limpeza que não se fez das matas (nem sequer em volta de casas e de aldeias...) ou das casas que não se constroem... 

Como também se costuma dizer, é "fácil empurrar os problemas para canto". Pois é, os votantes das direitas, mesmo os que não passem de uns "pobretes e alegretes", até são capazes de desculpar estes governantes, por fazerem o mesmo que eles...

É por causa desta gente, que me apetecia acabar estas palavras com um palavrão, que caracteriza "alguns portugueses", que parecem ser sempre mais do que realmente são...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


domingo, agosto 10, 2025

Contradições e mentiras da gente que finge que governa...


Este governo deve ser o mais contraditório - e mentiroso - da história da democracia. 

Entre outras coisas, em vez de governar, gosta de inventar problemas. Problemas que depois "tapam" outros problemas, graças a um jornalismo mais imaginativo que informativo, que também ele foge da realidade como o diabo foge da cruz.

Isso explicará que num dos países com a mais baixa taxa de natalidade da Europa, uma ministra seja capaz de inventar a ficção de que as "mães amamentam os filhos até à idade da primária" (a taxa só não é mais baixa porque os imigrantes tão "maus" para a nação, continuam a fazer filhos, ao contrário dos portugueses, e disfarçam a coisa...). E depois se ande semanas e semanas a discutir um "não assunto".

Na habitação também se finge resolver o problema, através da criação de números. O Governo fala da construção de novas casas, que só existem nas suas "cidades de papel", ao mesmo tempo que tenta "calar" e "prender" os elementos das associações capazes de denunciar, com marcas de tinta (de Norte a Sul), a existência de milhares de casas devolutas. Casas essas, cuja maioria pertence ao Estado e que poderiam resolver os problemas de muitos jovens e de muitos imigrantes, a curto e médio prazo...

Claro que isso seria "inventar" um novo problema para a banca e para as construtoras, que continuam a somar milhões, com a habitação nova, pois veriam o valor das casas a baixar, assim como os pedidos milionários de empréstimos, ao alcance de apenas um número reduzido de jovens...

E não vale a pena apontar o dedo e falar dos problemas cíclicos dos incêndios, dos negócios de milhões que envolvem aviões, helicópteros, autarcas e governantes, por respeito aos Homens que andam dias a fio por montes e vales, a tentar defender as pessoas e os seus bens...

Felizmente, com todos estes dramas, deixaram de existir "urgências fechadas" e a ministra da Saúde poderá gozar férias descansada, em qualquer praia dos trópicos...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


sábado, agosto 09, 2025

«Cuidado! Ele é capaz de prometer este mundo e o outro, para obter o que quer.»


Havia uma conversa mais acesa numa mesa ao lado da nossa, composta apenas por mulheres, de pelo menos três gerações. Sim, podiam ser a avó, a mãe e as duas filhas.

Quando as olhei, discretamente, percebi que as duas miúdas giras, não falavam. Limitavam-se a sorrir, em relação aos avisos dados pelas duas mulheres maduras, como se estes não fossem para ser levados muito a sério.

Deve ter sido esta indiferença, que fez com que a "mãe" lhes dissesse, num tom pouco amigável: «Cuidado! Ele é capaz de prometer este mundo e o outro, para obter o que quer.»

Na minha mesa estavam tão presos ao quotidiano, que ninguém ligou aquela frase. À maneira do bom "Zé Gomes", pensei que talvez só estivessem a falar alto para mim...

Não era nada estranho, darem-me espaço para "roubar" palavras, enquanto pensava em várias coisas. Comecei por desculpar a personagem de que falavam, por estar dentro deste tempo, em que os valores com que se rege a sociedade parecem ser outros. Sim, ele é tudo menos parvo. E ainda bem para ele.

Depois, o meu lado de "contador de estórias" fez-me pensar que não há muitas mulheres capazes de resistir à chamada "canção do bandido", onde se oferecem, entre outras coisas, bilhetes para duas ou três viagens imaginárias, que deixam qualquer apaixonada, mesmo que já seja cinquentona, a sonhar acordada.

Não era nada de novo, Camilo, Eça e outros bons contadores de histórias de amor, mesmo de outros séculos, exploraram o "filão".

E lá fui à minha vida, com assunto de sobra para pensar, para escrever e para contar...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


sexta-feira, agosto 08, 2025

Estou farto de saber que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, mas...


Dei uma volta grande pela cidade, para finalmente chegar aquele lugar, mais oriental.

Depois foi entrar e descobrir a recepção e uma senhora que era segurança (a farda não engana...), fazer a pergunta, querer saber de fulano tal, e a mulher não fazer ideia quem era o senhor, mesmo que fosse ele o "pai e a mãe" daquela instituição.

A senhora já não era uma jovem, nem tinha qualquer sotaque, que a levasse para o território imigrante. Insisti, até lhe fui dando alguns pormenores biográficos. Percebi que dali não levava nada pelo que perguntei se não havia ninguém da empresa que me pudesse ajudar. Que não, já não estava lá ninguém da administração. Sei que Portugal é um país especial, é sexta-feira e o relógio indicava 12 horas e 12 minutos. Pois é, há sempre quem faça fins de semana prolongados, especialmente num Agosto quente e que não tenha um horário de trabalho das nove às cinco...

Quando me preparava para ir à minha vida, eis que apareceu uma senhora por ali, a quem a funcionária fez a "pergunta sacramental".

De repente o mundo deu uma volta e fiquei a saber o que queria. Sim, o mundo voltou a ser "simpático e culto"...

Já na rua, fiquei a pensar que a senhora não tinha culpa da "inutilidade" e da sua "irrelevância", porque era segurança e não recepcionista. Estava ali para não deixar "entrar bandidos" e não para dar informações sobre o histórico da instituição.

Nada que eu não soubesse. Pois é, estou farto de saber que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. 

O problema, é que estamos sempre à espera de ser surpreendidos, pela positiva, neste nosso pequenino país...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quinta-feira, agosto 07, 2025

Esta coisa de se viver mais tempo levanta uma série de questões...


Esta coisa de de viver mais tempo levanta uma série de questões. 

Ao escrever sobre isso, estou a pensar sobretudo na qualidade de vida que se vai perdendo, à medida que fingimos ultrapassar o próprio tempo.

Penso nas fragilidades humanas, que se tornam cada vez mais visíveis, tanto físicas e mentais. Até nos pode dar a sensação de que se "inventaram" novas doenças, se nos esquecermos que o nosso corpo não está preparado para a "eternidade"...

Quem tem familiares entre os oitenta e os cem anos de idade, sabe do que estou a falar, assiste diariamente à perda de faculdades. É natural e tem de ser aceite de forma pacífica.

Claro que sei que há doenças que também vão aparecendo mais cedo, devido sobretudo ao modelo de vida citadino, muito menos saudável do que devia. O facto de se lidar diariamente com o "stress", de certeza que contribui para casos de demência, que por vezes surgem ainda antes da idade da reforma.

E não vou falar das questões sociais que se levantam, diariamente, em relação aos cuidados de saúde, por se perceber que o nosso país, não está estruturado para ter tanta gente de idade avançada.

O mais curioso, é notar que muitas destas pessoas, apesar das suas debilidades, não pensam "desistir de viver". Habituam-se a conviver diariamente com a dor e com as dezenas de comprimidos que lhes dizem que garante uma "vida mais saudável".

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


quarta-feira, agosto 06, 2025

A aparente ilusão de que as mulheres são melhores governantes que os homens...


Uma das coisas em que gostamos de acreditar, é que as mulheres são melhores governantes que os homens, mesmo que isso continue por se provar, porque o mundo continua a dar-lhes poucas hipóteses de chegaram ao topo, em qualquer área de poder. 

Há por isso, alguma dose de ilusão, nesta quase teoria, baseada na sua maior sensibilidade para as questões sociais e também por se deixarem guiar, mais vezes, pelo bom senso.

Mas depois surgem exemplos práticos tramados, como são os casos das nossas duas ministras, com as pastas da Saúde e do Trabalho, que se têm esforçado por provar exactamente o contrário. 

Além da sua cada vez mais visível, incompetência, têm tudo menos bom senso. Logo no início, ainda no governo anterior, entraram as duas "a pés juntos", contra o director geral do SNS e contra a provedora da Santa Casa da Misericórdia, provocando as suas demissões, ao mesmo que colocavam em causa a sua honorabilidade.

O mais normal (para mim claro), era as duas senhoras não terem sido reconduzidas nas suas pastas pelo primeiro-ministro. Mas o "conde monteverde" gosta do seu perfil, de serem melhores a destruir que a construir, o que acaba por ser bom, na transformação do Estado social numa outra coisa, que é boa, sobretudo para quem tem dinheiro e poder...

Pois é, podem ser a excepção que confirma a regra, mas acho que não. Estou cada vez mais convencido de que o poder não tem sexo...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


terça-feira, agosto 05, 2025

Um mundo que nos escapa, cada vez mais (quase sempre por vontade humana)...


Nunca irei perceber a cobardia de quem é capaz de destruir um bom comum, como é um parque natural, que devia ser partilhado e defendido por todos, da mesma forma que não entendo o uso da força, através da guerra, por ditadores, que destroem países, quase sempre por meros interesses pessoais.

Aquilo que nos devia definir, e fazer toda a diferença, o humanismo, é ignorado por quase todos. Somos cada vez mais, "bestas humanas", preparados para levar tudo à frente. 

Nem mesmo a própria natureza, que se vai vingando, pela forma egoísta e brutal com que é tratada, através de tempestades,  tsunamis, tornados, terramotos ou vulcões, nos faz mudar de vida.

E depois, acontecem mortes completamente inesperadas, como a de hoje, de Jorge Costa, que por ser uma figura pública, vai merecer horas e horas de atenção na televisão, com muita gente a interrogar-se, "porquê?". 

Porque somos de facto pequeninos. Fingimo-nos muito poderosos (mesmo ditadores como  Putin, Trump ou Nethanyau, não conseguem escapar ao "destino"...), mas não passamos de simples seres mortais, cada vez mais insignificantes e autodestruitivos...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


segunda-feira, agosto 04, 2025

Todos querem entrar e ficar na "caixinha mágica"


Faz-me alguma confusão o fascínio que a televisão exerce numa boa parte das pessoas, ao ponto de muitas fazerem fila para entrar, e depois, tentam ficar por lá, nem que seja num cantinho. 

Sei que noutros tempos a "caixinha mágica" era mais selectiva e muito menos democrática, estava longe de ser para todos, como finge ser nos nossos dias. Havia dois aspectos importantes para se conseguir entrar pela porta da frente: ter uma boa imagem e possuir uma voz clara e convincente.

Hoje há espaço para quase todos, sejam eles (e elas) gordos, magros, feios, bonitos, bem falantes, mal falantes.

De todos estes pormenores, o que mais me incomoda é ver e ouvir alguém que não sabe falar, que mastiga as palavras ou as esconde debaixo da língua.

Há vários exemplos. Mas o caso mais gritante (para mim, claro...), é o jornalista do "Observador", Luís Rosa, que quando abre a boca na CNN, lembra-me de imediato o Pato Donald...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)


domingo, agosto 03, 2025

Regresso (quase festivo) ao Ginjal


Ontem, tal como hoje, o dia estava quente, demasiado quente.

Tínhamos acabado de regressar.

Duas três frases batidas e a pergunta: porque não ir dar uma volta, ir passear ao lado do Tejo?

E fomos. 


O Ginjal esperava-nos. Tinha sido aberto de novo às pessoas, depois das "demolições".

Num primeiro olhar, parece mais amplo, por não ter paredes nem sombras. No Inverno, ainda se irá notar mais, embora também se esteja mais desprotegido do "mau tempo no Cais"...


Quem deve dar vivas, a este caminho aberto, são os dois restaurantes, com filas enormes, para quem quer ter o prazer de se sentar e estar duplamente a dar de beber e comer aos sentidos...

(Fotografias de Luís Eme - Ginjal)


Coisas normais de quem regressa a casa...


Não devia ser estranho, normalmente é assim. É domingo e as férias acabaram.

Normais são também os vestígios de quem acabou de regressar a casa, que se acumulam pelas várias divisões da casa. 

As coisas parecem não querer voltar aos lugares. É todos os anos a mesma coisa... 

Devemos ser nós, que estamos com pouca vontade de pensar que amanhã é segunda-feira.

Por isso é melhor mudar de assunto.

Estive a ver as fotografias que tirei nas férias e como algumas estão ligadas a coisas que fui vendo e escrevendo (além de ler, também escrevi bastante...), talvez ensaie uma coisa chamada "crónicas algarvias", uma ou duas vezes por semana aqui no "Largo". 

Talvez...

(Fotografia de Luís Eme - Mar)


sexta-feira, agosto 01, 2025

Não vale a pena olhar para trás


Não vale a pena olhar para trás.

O tempo de férias é sempre mais curto que o de trabalho, mesmo quando os dias não estão tão convidativos como deviam.

O "relógio humano" sempre foi tramado a fazer contas, os segundos que cabem num minutos tanto podem subir como descer, fruto das conveniências...

(Fotografia de Luís Eme - Algarve)