Foi por isso que se olhou com alguma naturalidade para as passagens de Fernando Gomes da presidência da Federação Portuguesa de Futebol para a do Comité Olímpico Português e de Pedro Proença da Liga de Futebol para a Federação.
O mais curioso, é o facto destas duas personagens, sem nunca terem sido próximas, terem fingido durante anos que tudo corria bem entre eles a "bem do futebol", mas sobretudo dos seus "interesses pessoais" (como se percebeu com as eleições recentes)...
Felizmente a "paz podre" não banaliza o trabalho feito, tanto por um como pelo outro nas suas instituições.
A Liga e a Federação além de terem boa saúde financeira, oferecem condições de trabalho que antes não existiam. A "Cidade do Futebol", erguida por Gomes, onde não falta nada aos atletas e treinadores da "equipa de todos nós", a nível das condições de treino e de conforto, fala por si (mas há ainda um canal televisivo de futebol que dá atenção à selecção, ao futebol feminino, ao futsal e às divisões inferiores, como nunca existiu antes e até o VAR foi instituído pela FPF).
É por isso que percebo a atitude de Fernando Gomes (ao contrário dos "patrioteiros" todos...), que veio para a "praça pública", desmentir o seu apoio a Pedro Proença para um cargo nas instâncias superiores da UEFA, até por ver o seu trabalho na FPF ser posto em causa. Sim, Proença, além de suspender de funções quatro responsáveis de várias áreas federativas, anunciou ainda uma auditoria interna à direcção anterior. Ele tem todo o direito de fazer isto tudo, só não pode depois é fingir que tem um apoio de Gomes, que não existe, para arranjar mais um "tacho", provavelmente bem remunerado, mesmo que seja feito em "senhas"...
A sabedoria popular diz-nos que, "quem não se sente não é filho de boa gente" e, além disso, é sempre saudável, o fim de qualquer "paz podre"...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)