«Queremos ser animais e não seres humanos.»
Esta foi a frase que retive de uma jovem de 22 anos, como reacção ao nosso comportamento perante as guerras, mas também à forma como nos relacionamos com os outros, especialmente os que são diferentes de nós.
Era suposto falar-se de teatro. Mas o teatro é a nossa vida, pelo que fez todo o sentido soltar aquela frase no meio de nós.
Como de costume, a resposta que foi dada à miúda atrevida, cheia de ideias próprias e certezas, foi de que não podia generalizar as coisas de uma forma tão simplista.
E eu ali a pensar, "claro que pode, e que ainda bem que ela é assim".
Sei que é a indiferença que nos vai destruindo como pessoas.
Não há ditador que não adore a frase de que "quem cala consente". Não há um ditador que não cresça, perante a indiferença das maiorias...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
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