sexta-feira, novembro 29, 2024

«Deixamos de ser umas coisas e passamos a ser outras, quase sempre piores. É isto, a velhice.»


Eu sabia que esta coisa de irmos para velhos, não se resumia a uma frase, tal como aquele homem, que apenas conhecia de vista, queria dar a entender.

Mas, talvez até fosse um bom resumo. Sim, «deixamos de ser umas coisas e passamos a ser outras quase sempre piores. É isso, a velhice.»

Não é preciso chegarmos aos oitenta anos, para sabermos que se perde mais do que se ganha, pelo menos em termos físicos. Mas nem tudo é mau. 

Talvez o que seja mau, seja o facto da sociedade ocidental não achar grande piada, não ter a capacidade de aproveitar as coisas boas de quem viveu mais tempo. O olhar mais vivido e tranquilo, o ser capaz de se adiantar ao futuro próximo, são tudo coisas cada vez mais banalizadas, por quem está habituado a "comprar o novo e a deitar fora o velho"...

Não sou chinês nem indiano, mas uma boa parte da sua cultura social, baseia-se no conhecimento daqueles que já viveram mais tempo, já passaram por mais coisas. E, curiosamente, são as sociedades emergentes deste tempo, que parece não ter tempo...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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