quinta-feira, novembro 21, 2024

Quando a esperteza (pouco saloia) consegue virar a justiça de pernas para o ar


Hoje foi dia de "São Sócrates", por passarem dez anos da prisão do antigo primeiro-ministro, transmitida em directo do aeroporto de Lisboa, pela televisão, alíás, pelo canal, que com o tempo se tornaria quase um órgão "oficial", do ministério público.

Hoje também foi dia dos juízes culparem a "defesa" de José Sócrates, por esta utilizar todos os expedientes, para atrasar, descredibilizar e "virar de pernas para o ar", a "Operação Marquês".

Mesmo quem acha que ele cometeu vários crimes durante a sua função governativa (é o meu caso...), sabe que tudo isto nasceu torto, alimentando a hipótese de dificilmente se endireitar, com o avançar do tempo... 

Pensamos que a prisão em directo foi o "primeiro tiro no pé" do ministério público, muito graças à acção de um "juiz justiceiro" (Carlos Alexandre, que ainda devia ter sonhos de ser um "super-herói", ao jeito da Marvel...), que apesar de fingir que se escondia das câmaras de televisão, sempre gostou de ser notícia.

Qualquer pessoa sabe que o "segredo" continua a ser a alma de qualquer negócio. E isso ainda se revela mais importante quando se trata de assuntos ligados ao crime e à justiça. E a grande probabilidade de todo aquele espalhafato, feito em redor da "primeira vez que se prendeu um primeiro-ministro",  com o tempo de revelar pernicioso para a própria justiça, tornou-se mesmo realidade.

E hoje assistimos à publicação de um artigo de jornal (no "Diário de Notícias"), escrito pelo próprio José Sócrates, em que este aproveita todos os deslizes do Ministério Público, para se declarar, mais uma vez, inocente e vítima da justiça.

Em relação ao "apontar do dedo" que a justiça faz à defesa de Sócrates, esta só fez o que lhe deixaram fazer (com  a tal esperteza, pouco saloia)...

Quem falou com sabedoria, foi a Ministra da Justiça. Era bom que todos os agentes da nossa justiça a ouvissem, e percebessem, de uma vez por todas, que são eles os principais responsáveis pelos atrasos nos processos e pela morosidade dos julgamentos.

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


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