sexta-feira, fevereiro 02, 2024

A "guerra surda" (e estúpida) contra os imigrantes


Não percebo, mas também não vou perder tempo a tentar perceber, o ódio crescente no nosso país aos imigrantes, sejam eles asiáticos, africanos ou brasileiros.

Até porque a grande maioria vêm para o nosso país fazer tarefas que quase ninguém quer fazer (os que possam querer, também não têm qualquer possibilidade de o fazer, porque os patrões preferem a mão de obra estrangeira, mais barata e menos reivindicativa...). E começam a ser fundamentais para a nossa economia e até para o equilíbrio social.

O que falta com toda a certeza é um controle por parte das autoridades sobre a imigração. 

Como já escrevi por aqui, os responsáveis pelo sector não devem fazer ideia do número de estrangeiros que vivem no nosso país. Preferiram "fechar os olhos", ao mesmo tempo que alimentavam todo o tipo de negócios, como as redes de tráfico humano, que oferecem condições mais próximas da escravidão, que do trabalho digno para seres humanos.

Se tivéssemos um bocadinho de memória recordávamos que nos anos 1960 e 70, os portugueses foram os "asiáticos" da Europa. Faziam o trabalho que os franceses, alemães, suiços ou holandeses, não queriam fazer...

(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)


6 comentários:

  1. Não estou bem a par da situação dos imigrantes em Portugal. Dizem-me que há muito que se tornou num país multicultural. Suspeito que tens razão quando dizes que as entidades responsáveis pela imigração não terão um número exato de estrangeiros a viverem no país, nem lhes proporcionam grandes condições.
    Quando costumava fazer as férias de verão em Portugal, o que notava é que (frequentadora de restaurantes como continuo a ser) os funcionários/empregados de mesa eram, na maioria, brasileiros. Porquê? Porque os jovens portugueses não queriam fazer esse tipo de trabalho. Também tens razão quando dizes que se esquecem do estatuto dos emigrantes portugueses nos vários países para onde emigravam, fazendo exatamente os que os cidadãos não queriam e em condições péssimas – anos 50 e 60 em França, por exemplo.
    Emigrantes e refugiados... um grande problema para muitos países em qualquer continente.

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    1. Ainda bem que somos um país multicultural, Catarina.

      Mas a questão dos portugueses não quererem esses trabalhos, é uma falsa questão. São os empresários é que preferem mão de obra mais barata, vinda do exterior. Nem sequer procuram portugueses...

      Isso nota-se sobretudo na hotelaria e na agricultura.

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  2. Anda tudo desatinado!
    Nós que fomos os primeiros a partir para a terra de outros, devíamos ter mais respeito por aqueles que chegam até nós!

    Abraço

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    1. Pois deviíamos, Rosa.

      E devia começar na forma como os recebemos, oferecendo-lhes condições que deixam muito a desejar, como todos sabemos...

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  3. marsupilami03/02/24, 19:10

    Todos os países são resultado de migrações múltiplas. Todos os países, que digo? Todas as civilizações.

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