domingo, dezembro 17, 2023

Um Natal mais estranho que todos os outros...


Não me lembro de sentir o Natal tão estranho como neste nosso tempo.

Os miúdos cresceram e já não ligam muito a estas coisas...

Mas sei que não é isso. 

Cada vez suporto menos este mundo que nos rodeia, que é para tudo, menos para natais.

Incomoda-me cada vez mais a normalização do egoísmo, da mentira e do roubo da vida...

Deve ser também por isso, que não me apetece, quase nada, receber ou dar presentes. Prefiro ficar mais fora que dentro desta "febre consumista"...

Mas o que preferia mesmo, era que toda a hipocrisia deste tempo passasse depressa, mesmo percebendo que um dia não são dias, pelo menos para quem vive na rua, que tem a possibilidade de ter roupa lavada e comida quente, durante a época festiva. 

E até pode ser que um ou outro seja "sorteado", para passar a consoada com uma daquelas famílias ricas, que gostam de manter as tradições...

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


6 comentários:

  1. Estás virado para o negativismo. Consegues modificar alguma coisa para melhor com essa atitude? : )
    E se visses as coisas por outro prisma?
    Conseguiste levantar-te esta manhã sem ajuda? A tua família tem saúde? São pessoas honestas e trabalhadoras?
    Passas frio ou fome? Tens bons amigos?

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    1. Poder posso, Catarina.

      Basta não ler ou ver notícias; sorrir para os FDP que nasceram para nos tramar (no trânsito são às dúzias...); não dizer nada ao senhor da mercearia que tem o hábito de se enganar no troco. E podia continuar...

      Mas o problema não sou eu. Não ando por aí a matar pessoas. Nem a mentir-lhes, sempre que posso. Se pensasse só nessas "coisinhas fofas", no meu bem-estar estava a ser ainda mais egoísta do que sou...

      Sempre me fez confusão que o Natal fosse um dia só...

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    2. Não é ser egoísta. É, sim, praticar gratidão pelas coisas boas que tens.

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    3. Temos dias, Catarina.

      Até porque, estarmos gratos pelo que temos, não nos obriga a fechar os olhos ao mundo que nos cerca.

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  2. Fujo do consumismo como o diabo da cruz mas não só nesta época.
    Felizmente que a minha belle famille, que é enorme, instituiu o amigo secreto.
    Ontem foi o almoço natalício em Coimbra em casa de uma cunhada e foi uma festa onde se lembraram os ausentes para sempre, com sorrisos e gargalhadas.
    O melhor presente foi o nascimento de um sobrinho neto já com dois meses.
    Há sempre razões para festejar.

    Abraço natalício

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    1. Também tento fugir, Rosa (às vezes parece que ele anda atrás de mim). :)

      Eu sei que é cada vez mais difícil, mas era bom fazermos o natal pelo menos meia-dúzia de vezes por ano...

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