«Vê lá se hoje não falas dos sem-abrigo. Sabes tão bem como eu, que eles nesta época, estão um bocadinho melhor que no ano inteiro, fazem parte das ceias de Natal que dão na televisão. São um bocado o presépio vivo daqueles que estão acima dos remediados.»
Antes que eu dissesse alguma coisa, insistiu em continuar a ser bom "conselheiro": «Coloca a fotografia de um gatinho, com um laçarote, com umas palavras bonitas. Tem mais a ver com o Natal.»
Quando nos servem ironia em doses capazes de alimentar um urso, não nos restam muitas palavras. Foi por isso que eu respondi: «E se for uma gaivota?»
Um pouco fora de propósito, deixo-vos votos de Boas Festas, com mais esperança que ironia para o ano, que já está ali mesmo à porta.
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
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