quarta-feira, dezembro 06, 2023

Um exemplo de transparência e outro da falta dela...


Ontem a Comissão Técnica Independente apresentou aquela, que achou ser, a melhor localização para o futuro aeroporto. À partida pareceu ser uma escolha honesta e consensual, para a maior parte dos políticos, opinadores e técnicos (praticamente não existiram críticas...). Claro que não se estava à espera que as gentes de Santarém ficassem satisfeitas por a escolha ser Alcochete...

Desta vez parece que a Comissão Técnica foi mesmo independente e esclareceu todas as dúvidas (se é que elas existiam...) a quem assistiu ao vivo a esta apresentação. Posso mesmo acrescentar, que se tratou de um exemplo raro de transparência, no nosso País.

Num campo completamente oposto está o caso das "meninas gémeas". Não vou falar da questão médica nem do "milagre da nacionalidade" em 14 dias. Vou falar sim de toda a trapalhada que foi criada à sua volta. Da gente com grandes responsabilidades políticas, que em vez de falar verdade, resolveu dar a desculpa do costume: "já foi há quatro anos, não me lembro sequer de ouvir falar disso". Foi o que fizeram tanto o Presidente da República como a antiga Ministra da Saúde, acabando por ter de dar o dito pelo não dito (houve um momento em que Marcelo até ameaçou os jornalistas com os tribunais...), porque é impossível esquecer um caso destes, que envolve uma doença rara e um medicamento com o custo de quatro milhões...

Como escrevi no título, são dois bons exemplos da transparência, que devia existir em todos os investimentos públicos, e da falta dela, quando as pessoas pensam que estão "acima da lei", ou que os cargos que exercem lhes permitem passar pelos "intervalos da chuva"...

(Fotografia de Luís Eme - Sobreda)


4 comentários:

  1. Ando a acompanhar uma família brasileira vinda do Japão e o máximo que conseguimos foi a nacionalidade da mãe por ser filha de um português.
    Esta saga tem um ano e meio e está para durar.

    Abraço

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    1. Penso que esse é o aspecto que mais nos revela o compadrio que existiu em toda esta questão, embora lhe estejam a dar menos destaque que ao caso de saúde, ao uso do medicamento milionário, Rosa.

      Ninguém consegue a nacionalidade portuguesa em catorze dias (mesmo crianças)!

      Já ouvi vários testemunhos de pessoas ligadas ao INFARMED, e todos eles dizem que nestes de doenças raras, a sua resposta é rápida, às vezes de um dia, em relação à disponibilidade do medicamento.

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    2. Acho que estão mesmo a passar por cima da nacionalidade.
      A minha amiga tem 5 filhos e neste momento só tem encaminhados os papéis dos dois mais velhos que ainda vão seguir para Santarém, depois de autenticados por um cartório notarial. Vai levar muito tempo devido ao imenso número de brasileiros e não só a chegar a Portugal.
      O marido só chegou em Junho e não sei como será o seu processo.

      Abraço

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    3. E continuam a passar, Rosa...

      Tudo parece normal neste país, Marcelo ajuda a que isso aconteça...

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