Desta vez até andámos pelo futuro. Como se tem inventado tanta coisa, ele falou-me de um daqueles inventos, que acabava com a dificuldade cada vez maior que existe em "roubar fotografias" aos rostos das pessoas com quem nos cruzamos.
Quando ele me disse, «Sabes, gostava de ainda cá estar, quando alguém resolver inventar algo que torne possível que, apenas com o nosso olhar, sem o uso de qualquer máquina fotográfica, seja possível retratar uma pessoa ou um objecto, tornando-a muito mais próxima daquilo que realmente queremos transferir para o mundo das imagens», eu limitei-me a sorrir.
E depois contei-lhe que tinha encontrado no cacilheiro uma jovem extremamente bonita, muçulmana, que trazia a cabeça coberta, com uma espécie de lenço azul. Tive uma grande vontade de a fotografar, mas era impossível fazê-lo, sem que ela desse por isso. Mesmo que os meus olhos a tivessem "fotografado", mais que uma vez...
Voltámos a sorrir, até por sabermos que o futuro estava sempre pronto a surpreender-nos...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Ainda andava no liceu quando li um livro, cujas personagens (năo todas) tinham o poder de ouvir os pensamentos através de fibrilhas que tinham sido colocadas so seu couro cabeludo. Isso, sim, seria interessante. :)
ResponderEliminarVira para lá essa boca, querida Catarina!
EliminarSeria o fim da picada! :))
Abraço
A empregada do meu filho é muçulmana guineense e usa uns turbantes fabulosos.
EliminarEstou sempre a dizer-lhe como ainda fica mais bonita assim!
Abraço
hahahaah
EliminarNeste caso, acho que o que captou a atenção do Luis não foi o hijab que a rapariga usava, mas sim o seu lindo rosto!!!! O Luis continua bem vivo. : ))
EliminarEu gosto de ver estes lenços. Não tenho nada contra. Já a burka é outra estória...
Que belo diálogo que vai por aqui, Catarina e Rosa. :)
EliminarTambém acho que isso de ler pensamentos, era capaz de não ser boa ideia. :)
Sim a menina (era uma menina de vinte e poucos anos) era bonita, mas o que me chamou a atenção foi o conjunto. :)
Nem sempre gosto de ver as peças com que se cobrem, nem sempre são bonitas ou realçam a beleza,
:))
EliminarClassicamente a(s) Arte(s) fê-lo de modo superior.
ResponderEliminarAinda sem fotografia,e com esta necessitando-se olhar de artista.
A conhecida ode recupera um sorriso:
Ricardo Reis
A nada imploram tuas mãos já coisas,
Nem convencem teus lábios já parados,
No abafo subterrâneo
Da húmida imposta terra.
Só talvez o sorriso com que amavas
Te embalsama remota, e nas memórias
Te ergue qual eras, hoje
Cortiço apodrecido.
E o nome inútil que teu corpo morto
Usou, vivo, na terra, como uma alma,
Não lembra. A ode grava,
Anónimo, um sorriso.
Grato, José. :)
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