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Éramos quatro. Em vez de nos mostrarmos incomodados, sorrimos, por motivos diferentes. Eles por andarem por outros lados há algum tempo e terem deixado esta rede social quase ao abandono. Embora não o dissesse, fiquei com a sensação que era o único que sorria por desconhecimento, por me ter conseguido manter "fora do mundo" nesta quase dúzia de anos.
Falou de um fulano qualquer, que era useiro e vezeiro em rapinar fotografias, ao ponto de o "obrigar" a criar uma marca d' água nas fotografias que eram mesmo suas. Mas o que mais o chateava era copiarem exactamente as mesmas palavras que escrevia, nem se davam ao trabalho de mudar a parte inicial do texto.
Felizmente ou infelizmente, todos levaram aquele desabafo para a brincadeira. Ninguém quis discutir o assunto com alguma seriedade. Eu pensei em várias coisas, mas fiquei-me pelos pensamentos... Continuava com alguma dificuldade em perceber como é que alguém insistia em ficar num lugar, onde lhe "roubavam" coisas e a generalidade das pessoas fingia que "não se passava nada"...
Pois é, parece que por ali, o "crime compensa", não existe nenhum xerife texano a pôr "ordem na rede".
Havia alguma sobranceria na forma como ele se expressava. Foi por isso que comecei por pensar que como todos os que estávamos naquela mesa éramos criativos, não nos passava pela cabeça que existissem pessoas incapazes de escrever uma frase da sua autoria com sentido, com princípio, meio e fim. Embora isso não desculpasse nada nem ninguém...
Mas foi a parte do "crime" que ficou na minha cabeça. Com algum exagero comecei a pensar, que talvez esta "lei da selva" que começa a vigorar na sociedade seja importada destes lugares, onde a "ignorância atrevida" vai ditando as suas regras, com o beneplácito de todos...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Com todos os defeitos o Facebook faz-me mais companhia do que o blog me faz agora..
ResponderEliminarComo não sou artista ninguém me rouba nada!
Abraço
Ainda bem, Rosa. :)
EliminarFeliz Ano Novo.
ResponderEliminarAgradeço e retribuo, "Momentos".
EliminarÉ um assunto deveras interessante.
ResponderEliminarPorque não é profissional da escrita não tem uma opinião que possa transmitir aos que, justamente, se indignam com os roubos que fazem às suas obras, aos seus trabalhos.
Neste momento de indefinição, lembro-me do Manuel António Pina: «A literatura – já uma vez o escrevi – é uma arte de ladrões que roubam ladrões».
Já respondi em parte no "post" de ontem, Sammy.
EliminarMas era bom que todos seguissem o exemplo do Sammy no "Cais do Olhar", onde nunca se esquece de mencionar a origem dos textos e a sua autoria...
A frase do Pina, que é uma mera brincdeira sua, tem o complemento de ele acrescentar, citando Eliot, dizer que os poetas fracos copiam e os poetas fortes roubam.
ResponderEliminarÉ mais natural do que se possa pensar, que muitas vezes empregamos ideias e palavras de outros sem os citarmos e nem,no momento, estarmos conscientes disso. Mas plágio é que nunca, como sucedeu recentemente com um jornalista do «Público» que amiúde, copiava outros e que obrigaram o jornal a criar um dispositivo, que não sei bem como funciona. que não permita esse tipo de situações.
Quando outros dizem as coisas melhor do que ele possa dizer, não hesita, importante é que se diga donde esse «melhor» vem.
Gostaria de deixar ao Luís, e a todos os visitantes deste Largo, a possibilidade, apesar de tudo, que o ano prestes a entrar, seja bom,
Um excelente ano também para o Sammy e para os seus.
EliminarAbraço