A única coisa que sei, é que não podemos culpar a pandemia por tudo o que mudou nas nossas vidas. Até porque antes já estava praticamente instituído o hábito de se conversar mais com os dedos que com a boca.
Quando o Jorge disse, com alguma melancolia: «Não sei se as pessoas ainda gostam de ouvir contar estórias», ele queria dizer outra coisa. Queria lastimar-se por os filhos gostarem cada vez menos de ouvir as suas histórias. A sua esperança está nos netos. Vive com a esperança de que eles um dia venham a gostar das suas palavras, tal como ele gostava das do avô.
O Chico a sorrir disse que estes tempos são bastante reticentes em relação a todo o tipo de futurologias.
Eu que acabara de ouvir contar meia-dúzia de estórias deliciosas (a da Olímpia Quaresma é impagável...), acrescentei que a culpa não era das estórias, mas sim da maneira com se contam. O Jorge fingiu-se quase ofendido, exclamando que eu estava a colocar em causa a sua qualidade como contador de estórias. Disse-lhe que não era nada disso. Tinha mais a ver com a paciência dos ouvintes.
Fruto desta época de "consumos imediatos" e de "palavreados curtos", quase todos nós temos menos vontade de escutar estórias longas...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Boa tarde
ResponderEliminarÉ com muita tristeza que o digo, mas é verdade que sinto muitas saudades das noites em que contava histórias das mais variadas espécies á minha família e era confortado com risos e palavras.
JR
É preciso acreditar que as coisas irão voltar, a pouco e pouco, à normalidade, Joaquim.
EliminarEu estou ansiosa por ouvir as estórias dos meus netos!
ResponderEliminarAbraço
Boa. É o outro lado da moeda, Rosa.:)
EliminarEu não tenho netos...ainda!😊
ResponderEliminarVamos lá ver, quando eles nascerem, o que é que têm para me contar...
Terão sempre saídas originais, Maria. :)
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