Embora não tivesse um guia, acabei por ter outra coisa melhor, uma cúmplice, capaz de me dar algumas informações preciosas (especialmente sobre este inglês que viveu na Margem Sul...), ao mesmo tempo que íamos conversando sobre algumas pessoas e lugares que resolviam aparecer, aqui e ali, acabando por se meterem na conversa.
Voltei a ver a exposição "Entre Dois Mares e um Rio", que me deixara ligeiramente desiludido. Com uma ou outra explicação da minha companheira de jornada, acabei por descobrir alguns sentidos, que mesmo sem estarem muito à mostra, fazem todo o sentido.
Quando vinha para casa acabei por pensar que, apesar de gostar bastante de ver exposições sozinho (gosto muito de caminhar entre quadros, estátuas, instalações, parando aqui e ali, quando sinto que é mesmo necessário "olhar com olhos de ver"...), não há nada melhor que visitar uma exposição na companhia do próprio autor ou de alguém que nos possa satisfazer a curiosidade e oferecer mais saber.
E lá voltei a recordar a melhor visita guiada que tive, na "Casa Museu Lagoa Henriques", guiado por este excelente escultor e comunicador (ficava ao lado do seu atelier em Belém e foi engolida pelo tempo e pela vontade de "alguém" que não gostava do Mestre...). Durante mais de duas horas o Mestre Lagoa Henriques contou-me a história de cada peça exposta, juntando um ou outro episódio mais pitoresco, que acabaram por ser importantes no seu processo criativo. Ainda o consigo ouvir a comunicar, como só ele sabia, com a voz, com o olhar, com as mãos e com os braços...
(Fotografia de Luís Eme - Cova da Piedade)
Essa é uma experiência que nunca tive. Ir a um museu ou a uma galeria de belas artes e ter o/a artista como guia. Tenho sempre que recorrer ao áudio ou então parar junto a um grupo com guia e ouvir algumas explicações aqui ou ali.
ResponderEliminarJá tive várias, Catarina, até por ter alguns amigos fotógrafos e pintores.
EliminarTive o privilégio de ir ao atelier de Lagoa Henriques, em contexto de trabalho, por várias vezes. Tudo o que diz é a pura verdade. Era um homem impressionante!
ResponderEliminarEu entrevistei-o uma vez para o "Record" e a partir dai nasceu uma boa amizade. Sempre que passava perto do atelier aproveitava para o visitar e ficar a ouvir, Maria.
EliminarO Mestre Lagoa tinha sempre algo de novo para me dizer e ensinar sobre a arte e sobre o mundo...
Deve ter sido uma visita muito enriquecedora e estimulante.
ResponderEliminarHá uns anos atrás viajei sozinha para Lisboa, mesmo sem muito conhecer, precisamente para poder visitar o que pretendia. As vezes que tinha ido acompanhada não deu para fazer o queria, querem é o Colombo e compras.
Visitei alguns museus sempre sozinha, assim, temos tempo para parar onde queremos, observar. Sinto-me mais livre quando estou sozinha. Gosto muito da minha companhia.
Abraço
Micaela, admiro muito a sua " coragem" para viajar sozinha. Eu fui sempre acompanhada....mas concordo consigo que deve ser muito melhor estar à vontade para visitar o que queremos, realmente, ver!
EliminarTenho o desejo de passar uma semana sozinha em Florença para poder ver com tempo tudo o que já vi a correr, noutras vezes em que já lá estive!
Eu também gosto de visitar museus, sozinho, Micaela. Sinto-me bem nestes espaços.
EliminarMas quando queremos saber coisas das coisas que vemos, nada melhor que uma visita guiada. :)