segunda-feira, novembro 08, 2021

As Greves contra o Povo...


Eu sei que se as greves não incomodarem as pessoas não fazem grande sentido. Mas há incomodar e incomodar...

É por isso que também sei que estas greves quase cirúrgicas, marcadas para as horas que "fazem mais doer" a quem não tem outra escolha, que deslocar-se para o trabalho de transportes públicos... só conseguem colocar mais pessoas contra as greves e os grevistas.

(Fotografia de Luís Eme - Almada)


8 comentários:

  1. Bom dia
    Ou seja . Por muito justas que sejam , são para muitos injustas pois não tem culpa de nada e acabam por ser prejudicados .

    JR

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  2. É um paradoxo fazer greves pelos desfavorecidos e serem estes a sofrer as consequências!

    Abraço

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    1. Mais um de tantos paradoxos da nossa sociedade, Rosa, quase estúpida...

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  3. As greves têem que incomodar quem prejudica os trabalhadores em causa e não aqueles que mais necessitam do serviço e que (a maioria) até já pagou antecipadamente o seu bilhete.

    Façam greve aos bilhetes e não prejudiquem quem efectivamente vai trabalhar. E não me venham dizer: ah mas isso não é greve não é nada etc etc bla bla bla

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    1. Claro que já se devia ter mudado as formas de luta, informando mais e prejudicando menos os utentes, Severino.

      Mas é o mundo que temos...

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  4. Greves é um tema demasiado delicado para que, numa janela de comentários, o vejam a dizer o que quer que seja.
    Mas porque o viajante Seve escreve sobre «As greves têm que incomodar quem prejudica os trabalhadores», lembra-se que no Verão de 1968 o país assistia a uma das greves com maior e impacto e adesão popular: a greve dos cobradores da Carris: autocarros e eléctricos circularam sem que fossem cobrados bilhetes e socorre-se dos «Dias Comuns» do poeta José Gomes Ferreira para deixar registo do que então se passou:
    «1 de Julho de 1968
    Dia de grande comoção pública.
    Os empregados dos eléctricos e dos autocarros puseram-se em greve. Mas, em vez de imobilizarem os carros resolveram pô-los ao serviço dos passageiros, sem cobrar bilhetes.
    Resultado: uma autêntica obra-prima de unanimidade rara.
    4 de Julho de 1968
    Terminou a greve do pessoal dos autocarros que, durante três dias, iluminou Lisboa de preguiça heróica que vai ficar como um orgulhoso paradigma da luta dos operários portugueses.
    O Governo reagiu debilmente e a ineficácia do sistema corporativo parece agora de tal evidência que até fere os olhos mais cegos.
    A vitória dos grevistas (apesar de magra, 20 escudos por dia!) não cairá em saco roto – creio-o bem.».

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    1. Falta mais inteligência e brio profissional a muitos movimentos grevistas, Sammy.

      Parece que não os preocupa terem as pessoas comuns contra a sua luta diária.

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