Eu sei que se as greves não incomodarem as pessoas não fazem grande sentido. Mas há incomodar e incomodar...
É por isso que também sei que estas greves quase cirúrgicas, marcadas para as horas que "fazem mais doer" a quem não tem outra escolha, que deslocar-se para o trabalho de transportes públicos... só conseguem colocar mais pessoas contra as greves e os grevistas.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Bom dia
ResponderEliminarOu seja . Por muito justas que sejam , são para muitos injustas pois não tem culpa de nada e acabam por ser prejudicados .
JR
É isso mesmo, Joaquim.
EliminarÉ um paradoxo fazer greves pelos desfavorecidos e serem estes a sofrer as consequências!
ResponderEliminarAbraço
Mais um de tantos paradoxos da nossa sociedade, Rosa, quase estúpida...
EliminarAs greves têem que incomodar quem prejudica os trabalhadores em causa e não aqueles que mais necessitam do serviço e que (a maioria) até já pagou antecipadamente o seu bilhete.
ResponderEliminarFaçam greve aos bilhetes e não prejudiquem quem efectivamente vai trabalhar. E não me venham dizer: ah mas isso não é greve não é nada etc etc bla bla bla
Claro que já se devia ter mudado as formas de luta, informando mais e prejudicando menos os utentes, Severino.
EliminarMas é o mundo que temos...
Greves é um tema demasiado delicado para que, numa janela de comentários, o vejam a dizer o que quer que seja.
ResponderEliminarMas porque o viajante Seve escreve sobre «As greves têm que incomodar quem prejudica os trabalhadores», lembra-se que no Verão de 1968 o país assistia a uma das greves com maior e impacto e adesão popular: a greve dos cobradores da Carris: autocarros e eléctricos circularam sem que fossem cobrados bilhetes e socorre-se dos «Dias Comuns» do poeta José Gomes Ferreira para deixar registo do que então se passou:
«1 de Julho de 1968
Dia de grande comoção pública.
Os empregados dos eléctricos e dos autocarros puseram-se em greve. Mas, em vez de imobilizarem os carros resolveram pô-los ao serviço dos passageiros, sem cobrar bilhetes.
Resultado: uma autêntica obra-prima de unanimidade rara.
4 de Julho de 1968
Terminou a greve do pessoal dos autocarros que, durante três dias, iluminou Lisboa de preguiça heróica que vai ficar como um orgulhoso paradigma da luta dos operários portugueses.
O Governo reagiu debilmente e a ineficácia do sistema corporativo parece agora de tal evidência que até fere os olhos mais cegos.
A vitória dos grevistas (apesar de magra, 20 escudos por dia!) não cairá em saco roto – creio-o bem.».
Falta mais inteligência e brio profissional a muitos movimentos grevistas, Sammy.
EliminarParece que não os preocupa terem as pessoas comuns contra a sua luta diária.