Mas não é dessas "voltas" que quero falar. Na quarta-feira ainda caíram alguns pingos de água e eu como de costume, estava sem chapéu de chuva e tive de me abrigar por alguns minutos no exterior da entrada de um prédio.
Fiquei à espera que o "São Pedro desligasse o chuveiro", quase à porta de um antiquário, que também vende livros. Fui olhando para a montra, mas como não era "a mesma coisa", acabei por entrar, porque sabia era melhor esperar a ver lombadas de livros, que estar cá fora a ver a chuva a cair. No meio de centenas de livros descobri dois de poesia, da autoria de almadenses. Sabia que um deles estava lá para casa, em alguma estante, o outro fiquei na dúvida. Mas o que despertou a atenção foram as suas dedicatórias. Estavam dedicados a um amigo que também escrevia livros e que nos deixara no final de 2020.
Acabei por meter conversa com o antiquário, para satisfazer a minha curiosidade e descobrir como é que os livros ali tinham chegado. Ele tinha milhares de livros em casa e como acontece nestes casos, a família acaba por vender quase todos os livros, por uma questão de espaço e também para ganhar alguns cobres. Foi quando me disse que um colega de Lisboa tinha comprado milhares de livros e ao descobrir vários sobre Almada, entrou em contacto com ele, para saber do seu interesse. E foi assim que alguns livros do escritor almadense voltaram a atravessar o rio, à procura de novos leitores...
O mais curioso nesta troca de palavras, foi ele ter ficado a saber mais sobre o escritor e sobre os livros que tinha de Almada, que eu sobre o "apeadeiro" lisboeta dos livros...
(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)
É sempre assim. Quem gosta de ler vai comprando livro atrás de livro e quando morre os herdeiros, ou por falta de espaço, ou porque agora têm as bibliotecas digitais, desfazem-se dos livros.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
Mudanças, mas mudanças que fazem doer, Elvira...
EliminarCuriosidades!
ResponderEliminarO mundo é mesmo pequeno, mesmo ai em cidades grandes!
Dizem que as conversas são como as cerejas, atrás de uma vai outra e as vezes seguem outro rumo.
Abraço e boa semana!
As conversas acrescentam sempre mais mundo, Micaela.
EliminarÉ como nos contas. Os livros, que qualquer dia são um objecto de colecção, são vendidos ou deitados no lixo quando as pessoas que os compraram deixam este mundo. O pior é que já nem as bibliotecas os querem também por falta de espaço...
ResponderEliminarUma boa semana com muita saúde, meu Amigo Luís.
Um abraço.
É verdade, Graça. Este não é o tempo dos livros, definitivamente...
EliminarO avô não teve que dizer ao filho os livros a guardar.
ResponderEliminarPor sua vez o pai também não teve que lhe dizer quais os livros que deveriam ficar na biblioteca da família: ficaram todos. Estão aí. Em cada dia olha-os.
Num almoço de domingo com a família, já disse a quem há largos anos o acompanha, aos filhos e aos netos que vai deixar a lista dos livros que ele EXIGE permaneçam na biblioteca da família. Para os restantes tentem arranjar uma qualquer instituição que os receba – reconhece alguma dificuldade, motivos vários, em encontrar essas instituições… - se não conseguirem, comprem rebuçados ou uma qualquer aplicação para os respectivos telemóveis.
Também gostava de "exigir", Sammy...
EliminarO meu herdeiro já me pediu encarecidamente para começar a desfazer-me do recheio da casa e eu compreendo-o.
ResponderEliminarPerguntei-lhe o que tinha valor afetivo para ele, para começar a selecionar e ele respondeu:
- Apenas tu, mamã!
Abraço
Acho melhor deixares essa tarefa para ele, Rosa.
EliminarContinua a viver com aquilo que gostas e como gostas.
Quando entro na casa de alguém e não vejo um livro é algo muito, muito estranho para mim e penso, mas esta gente só vê televisão, é que por cada divisão da casa há um televisor, mas livros nem um...triste, muito triste.
ResponderEliminarOutra das coisas que me faz confusão são aquelas entrevista do self made man da SIC, Daniel Oliveira no programa ALTA DEFINIÇÃO e nunca o vi questionar o convidado sobre livros, faz-me confusão. Não lêem? Chapéu!
Não, só choram, Severino. :)
EliminarEu chamo a esse senhor o "Repórter Cebola", porque o que ele quer é ver se consegue ver uma lágrima no canto do olho dos convidados. E o que se inventa nesse programa, para puxar ao sentimento do espectador, também ele chorão.