Estava a pensar na importância do convívio entre amigos, nestes tempos estranhos em que quase se acabaram os contactos sociais, quando me surgiu a frase curta que intitula este pequeno texto.
Embora os casos estejam a aumentar de novo, nesta passagem do Outono para o Inverno, vamos fazer os possíveis para continuar a almoçar à segundas-feiras, pela importância que estes encontros de amigos têm dentro de cada um de nós. Há o prazer da conversa à "italiana", mas há também a cumplicidade que se nota no olhar, quase risonho, por estarmos a partilhar muito mais que o bacalhau com grão ou o delicioso arroz doce (para nós o melhor de Almada...), na nossa mesa.
Durante a pandemia perdi dois amigos com quem também almoçava periodicamente, o Fernando e o Manel. Eram encontros muito ricos, por sermos amigos e por termos bastantes coisas em comum. As conversas fluíam com naturalidade, quase sem pausas ou silêncios. Falávamos ao telefone e sei o quanto sofreram com a quase prisão que lhes foi imposta, onde ficou tão marcado que o nosso país (e o mundo...) não é para velhos...
E é mesmo verdade, os nossos almoços são "abraços sem braços", não precisamos de nos tocar nem de estarmos em cima uns dos outros, para nos abraçarmos com palavras...
(Fotografia de Luís Eme - Alcacer do Sal)
Boa tarde
ResponderEliminarAcho que não há ninguém que neste momento não tenha perdido alguém querido, seja um familiar ou um amigo mais próximo, mas a vida continua e claro com o devido cuidado temos e devemos continuar a fazer a vida que nos dê alguma forma de esquecer esta frustração pela qual estamos a passar.
Bfs
JR
Sim, devemos tentar viver da forma mais normal possível, Joaquim.
EliminarTodos sabemos os cuidados que devemos ter.
Tão bonito!!!!
ResponderEliminarAs palavras têm muito poder, até de abraçar.
Um abraço dos Açores!
Pois têm, Micaela.
EliminarHá vozes que mos abraçam mesmo. :)