Falou-me com preocupação desta gente que só vê dinheiro à frente dos olhos e para quem tudo tem preço. Para eles tudo se compra e vende. Coisas tão simples como o amor ao próximo, a generosidade ou a honestidade, parecem pertencer ao século passado e só são praticadas por "otários"...
Contou-me mais dois ou três exemplos de espólios artísticos de pessoas conhecidas, que desapareceram mal os seus donos fecharam os olhos. Os livros, os discos, as peças de cerâmica e os quadros, coleccionados uma vida inteira com amor, foram imediatamente colocados à venda. Nem as obras de arte, que normalmente valorizam com o tempo, escaparam a esta "corrida ao ouro"...
Num destes casos, a viúva, mãe e sogra, ainda com alguma autonomia e lucidez, foi "depositada" num lar, como se já estivesse incapaz de decidir o que era melhor para si própria. Ao mesmo tempo que os dois filhos colocavam tudo o que estava dentro de casa em "leilão"...
Quando se despediu, este meu amigo, sem esconder a desilusão, disse-me: «Tudo se compra e vende, menos a dignidade. Ponto final.»
Quando vinha para casa, tentei desvalorizar a colagem destes casos a este tempo, dizendo para os meus botões, que sempre existiram pessoas capazes de vender tudo, até a alma.
Talvez sim, mas eram muito menos...
(Fotografia de Luís Eme - Almada)
Dizem que todo o homem tem um preço e o de alguns é muito baixo.
ResponderEliminarAbraço
E nos tempos de dificuldades, é quando há mais gente em saldo, Rosa...
EliminarMas nem é o caso. É mesmo muito amor ao dinheiro, aos carros, ao conforto. O resto que se lixe.
Bom dia
ResponderEliminarA dignidade deve ser atualmente uma das coisas mais raras e mais caras , por isso nem deve haver cotação para tal .
Sem querer ferir suscetibilidades.
JR
Pois não, Joaquim.
EliminarE começa logo pelos nossos governantes, a classe mais indigna que circula à nossa volta.
Que história mais triste; há gente para tudo.
ResponderEliminarÉ verdade, Severino.
EliminarNão aprendemos nada...
são mesmo...minimalistas! ;)
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