Beleza
Triste
Caminhas só e em
silêncio,
No meio do frio e
da gente
Sem soltar
qualquer lamento
Muito menos o teu
grito urgente.
Grito de quem é
mulher-objecto
Tratada como
mercadoria
E usada neste
mundo masculino
Sem espaço para o
sonho e fantasia.
Queres muito
chegar a casa
Deixar as ruas
vagabundas
Descansar de mais
um dia feio
Que te deixou
marcas profundas.
Um homem
oferece-te uma frase batida
Porque nada
esconde a tua beleza
Nem mesmo os
dramas da vida
Que pintam o teu
rosto de tristeza.
Luís (Alves) Milheiro
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Um belíssimo poema sobre a mulher num dia dedicado à luta contra a violência sobre ela.
ResponderEliminarA vida nunca foi fácil para nós, desde os tempos da Bíblia quando se apedrejavam as mulheres adúlteras, e se obrigavam as viúvas a casar com os irmãos do falecido. O mundo evoluiu muito desde essa época, mas os homens continuam a apedrejar as mulheres, a violá-las, matá-las e a exercer sobre elas todas as espécies de violências, físicas, morais e sociais.
Abraço Luís e a minha gratidão por este poema.
Abraço e saúde
Sei que um poema é pouco, nesta luta contra a violência sobre as mulheres, Elvira.
EliminarMas o exemplo é mais importante e começou com o meu Pai, que nunca levantou a mão à minha mãe...
O meu pai também não!
ResponderEliminarA mim, já me levantaram a mão....infelizmente, neste momento, não posso fazer nada para resolver isso mas, em breve o farei!
É muito triste quando se chega a esse ponto, Maria...
EliminarA coisa está resolvida. Mas...costuma-se dizer, que a vingança serve-se fria.
Eliminar