sábado, novembro 07, 2020

A (falsa) Dúvida...


Os dias cinzentos são quase sempre mais introspetivos, é como se nos virassem para dentro de nós, sem darmos por isso.

Talvez fosse por isso que ouvi o desabafo de um homem, cansado de ser boa pessoa e honesto...

Durante a sua já longa vida foi incapaz de recorrer a expedientes ou golpes baixos. Sente algum orgulho de não ter  vocação para bufo ou "lambe cus", mas continua cheio de dúvidas. Quando disse que não sabia ao certo, se o facto de nunca ter "pisado o risco" se ficara a dever a uma questão de carácter, ou se fora apenas um sinal de estupidez ou cobardia. 

Conheço-o bem, ao ponto de saber que estava a mentir...

(Fotografia de Luís Eme - Ginjal)


4 comentários:

  1. Felizmente que ainda há muitos assim e haverá sempre!

    Abraço

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    1. Mas a dúvida acontece, cada vez mais à medida que se avança na idade, Graça...

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  2. Gosto dos dias cinzentos, talvez porque nasci no Inverno.
    Esse seu amigo fez bem em não pisar o risco porque seguiu os seus valores.
    Mas, às vezes, pisar o risco pode querer dizer artiscar e fazer coisas um pouco mais ousadas que, por vezes, podem sair dos nossos padrões habituais. Mas, mesmo nessas situações, devemos seguir sempre os nossos instintos e mantermo-nos fiéis aos nossos princípios!
    Eu gosto de pessoas com dúvidas. Quer dizer que pensam! 😊

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    1. Eu nem por isso, Maria, o cinzento entra dentro de mim até aos ossos.

      Este pisar o risco tinha a ver com viver o dentro da lei e dentro dos valores humanistas... o evitar "pisar" os outros...

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