«São mais, muito mais do que pensamos, os tempos em que não existimos.»
Ainda repliquei que existimos sempre, apenas fingimos que não estamos cá. Nada que convencesse a Rita, que hoje estava diferente, demasiado melancólica para o meu gosto.
Esperava que ela fosse mais longe, mas não. Não lhe apeteceu falar dos seus problemas. Podiam ser coisas de casa, coisa do trabalho... ou deste tempo, do céu cinzento, que nunca fez bem a ninguém.
Depois, já no cacilheiro, senti que ela tinha razão. Há períodos das nossas vidas que estão pintados de branco, onde parece que não se passou nada... pelo menos, marcante, algo que permanecesse na "arca das memórias"...
(Fotografia de Luís Eme - Lisboa)
Como eu compreendo a Rita!
ResponderEliminarAbraço
Todos devemos compreender, Rosa. :)
EliminarLuís, ontem li um pedaço de um livro do Roth em que um personagem dizia apenas ser possível, para ele, amar na normalidade, nos tempos em que "nada acontece"; por necessitar desse equilíbrio do "tempo do nada".
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