Ao ler uma crónica, escrita por alguém, que dizia poder viver em qualquer lugar, porque a cidade onde vivia não lhe dizia nada, pensei que sentia o contrário em relação a Almada.
E sei por que razão isso acontece.
À medida que fui entrando no coração da Cidade, tive a sorte de conhecer pessoas que a amavam de uma forma livre e desprendida. Sabiam que Almada não era bela nem tinha uma qualidade de vida invejável, mas tinha outras coisas, não menos importantes, a sua história de resistência (desde a Revolução de 1383, passando pela Restauração de 1640, sem esquecer a Revolução Liberal que foi a 23 de Julho ou a implantação da República a 4 de Outubro...), de liberdade e de humanismo.
E podia falar também dos seus "heróis" anónimos, desde o primeiro mártir do Tarrafal, que foi um almadense (Pedro de Matos Filipe), às mulheres que encabeçaram as greves da indústria corticeira nos anos da Segunda Guerra Mundial...
É por tudo isso que - embora tenha vivido nas Caldas da Rainha desde o meu nascimento até à idade maior - me sinto cada vez mais Almadense...
(Fotografia de Luís Eme - Setúbal)
a nossa "casa" é onde estamos, pelo menos é assim para mim.
ResponderEliminarEra bom que fosse assim, Maria, para todos.
EliminarMas há muita gente que não se sente em casa, onde está. Especialmente os emigrantes. Até por terem o cuidado de os fazer sentir que estão a mais...
Claro, não é assim para todos. E o meu modo de sentir também tem aspectos negativos ;)
ResponderEliminarTu é que sabes, Maria.
Eliminar