segunda-feira, outubro 01, 2018

A Patetice (ou não) do "Auto-Elogio"...


Claro que sei que sempre houve livros e filmes a caírem para o lado do "auto-elogio", mas também sei que todos eles acabavam por ser uma "nódoa" artística para os seus autores. Num tempo em que existiam críticos...

Embora não tenha conhecido o país antes de Abril (pelo menos não o olhava com olhos de ver...), penso que tanto o salazarismo como o marcelismo fomentavam - de uma forma exagerada - a sobriedade  na sociedade (até nas cores das roupas que se vestiam...).

Mesmo o jornalismo televisivo era obrigado a alguma contenção (o que devia irritar uma série de gente vaidosa. esses mesmo, que se achavam os melhores da rua deles e apareciam nas páginas da "Plateia"...). 

Até que tudo mudou na nossa "caixa mágica"...

Apesar das mil e uma coisa positivas que nos trouxeram as televisões privadas (olá liberdade...), o foco das minhas palavras é o "auto-elogio", que só começou a ser fomentado de uma forma patética, com o aparecimento da SIC e da TVI. Foi nestas estações que as pessoas começaram a aparecer no ecrã a disser de uma forma despudorada (e muitas vezes mentirosa...) que a "galinha delas era melhor que a da vizinha", ou ainda pior: "eu sou bom, tão bom, tão bom...", (quase a olharem-se ao espelho da madrasta da "Gata Borralheira"). E a "feira de vaidades" nunca mais parou...

Infelizmente foi influenciando toda a sociedade, que de uma forma geral, se acha melhor do que realmente é...

(Fotografia de Luís Eme)

2 comentários:

  1. Eu também entendo que este país se transformou numa feira de vaidades em quase tudo…
    Uma boa semana, Luís.
    Um abraço.

    ResponderEliminar