No meu trabalho de pesquisa, descobri uma entrevista interessante do músico João Peste, dos "Pop Dell'Arte", dada ao suplemento "6.ª" do "Diário de Notícias" de 13 de Janeiro de 2006, em que ele numa das suas respostas, aborda a questão da libertação sexual de uma forma, no mínimo, pertinente.
«A questão da libertação
sexual é um assunto que praticamente está ausente na maioria da produção
musical portuguesa. Grande parte da produção musical portuguesa trata, pelo
contrário, da repressão sexual. São as canções sobre o bacalhau de Quim
Barreiros ou as canções da Ágata e da Rute Marlene, que não têm a ver, de modo
algum, com a libertação sexual. Têm a ver com a repressão sexual, com uma forma
atrofiada de encarar a sexualidade, com modelos ultrapassados, machistas e patriarcais
que deviam ser completamente banidos no século XXI. Reflectem completamente não
só um atraso cultural mas também um atraso de mentalidade e da própria
consciência sexual das pessoas.»
Ao ler as suas palavras pensei que, neste tempo, de alguma forma revolucionário, pelo menos para as mulheres, ainda ninguém tinha criticado a brejeirice e o mau gosto de alguns músicos do "clube pimba", que utilizam quase sempre o corpo das mulher, em vários jogos sexuais...
(Fotografia de Luís Eme)
E o pior é que basta abrir um canal de TV ao domingo e ver um dos muitos espetáculos que fazem pelo país para ver que é disso que o povo gosta, pelo menos aquele que se desloca a esses locais e que eles mostram.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana
Somos muito pouco esquisitos mesmo, Elvira, pelo menos nas coisas que pedem bom gosto.
Eliminarnem sei que te diga... :)
ResponderEliminarMas devias dizer, Maria. :)
Eliminar