Pode não ter sido feliz a comparação que a Rita fez, entre o tabaco e o facebook, mas pelo menos foi eficaz.
A primeira pessoa que se manifestou foi o "Carlinhos Batata", que entre sorrisos, disse que o facebook era a melhor coisa do mundo, e sem qualquer ironia.
Quase que nos roubou as palavras, mas mesmo assim lá fomos tentando desmontar aquele "mar de maravilhas"...
O Ruca foi o primeiro a manifestar-se e acha perfeitamente normal que num país em que Toni Carreira e José Rodrigues dos Santos são o músico e escritor de maior sucesso (e este último até já colocou na contracapa do seu último livro a pérola: "É considerado pelos portugueses o melhor escritor nacional"), em que as pessoas prefiram ver os programas do Goucha e do Baião ao "Governo Sombra" (ambos de divertimento), que o facebook seja o máximo.
Eu não quis falar muito, até por não conhecer muito bem o "funcionamento da coisa". Disse apenas que me desagradava a interacção quase instantânea entre as pessoas, algo que nos leva tantas vezes a dizer coisas sem pensar (e o Carlinhos disse logo que isso era uma das coisas que mais gostava...).
A Rita continuou a brincar com a malta e disse que aquilo ainda era mais viciante que o tabaco, e que infelizmente ainda não vendiam pastilhas para "matar o vício".
O Jorge explicou este sucesso por outro ângulo, pelo interesse especial que dedicamos à vida dos outros, ali podemos espreitar a "janela da vizinha", sem sermos apanhados a mexer nos cortinados. Mesmo que de vez enquanto os apanhemos numa mentirinha (afinal não foram a Londres no outro fim de semana, ele cruzou-se com eles meia-dúzia de vezes na rua...).
Não queríamos chegar a conclusão nenhuma. Queríamos apenas "atirar umas bocas para o ar". Ficámos surpreendidos pela sinceridade do Carlinhos e pelo silêncio da Sara (outra fã...). Até por sabermos, que como quase tudo na vida, o gostar e o não gostar depende muito do que somos, um pouco do que gostávamos de ser, e outro pouco do que andamos à procura e queremos da vidinha...
(Fotografia de Irving Penn)
Eu tenho FB. Não sou fã, uso-o mais para saber notícias da família e de alguns amigos. Ainda assim vou lá três ou quatro vezes por mês. Considero-o assim como uma loja que tem uma montra super interessante, e depois que entramos na loja, verificamos que lá dentro tudo é vulgar.
ResponderEliminarUm abraço
Boa definição, Elvira. :)
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