Eles falavam de folhas em branco, de inspirações e transpirações, da "espera" que se faz às histórias, e que mesmo assim elas escapam-se por entre os dedos.
Mas as coisas mudaram muito, já quase ninguém escreve em papel (o António é um dos poucos resistentes, com a sua letra pequenina que se cola às folhas como lapas...), fingem tocar piano nos teclados, que a única coisa que sabem é soltar letras que querem ser palavras, frases, capítulos, contos, novelas, romances... entre outras coisas.
Eu estava ali em silêncio, com vontade de fingir que ia fumar um cigarro à varanda, porque já estou tão habituado a escrever por escrever, que nem sequer me lembro de "vacilar" perante a famosa folha em branco.
Ou então fazia "voar" as ditas folhas, transformando-as em aviões de papel...
(Fotografia de Ann Mansolino)
Luís, por vezes não é a questão do escrever que é difícil, mas a forma como se quer transmitir algo e a medida que se pretende que tal seja entendido pelos outros.
ResponderEliminarEsse nunca foi um problema, Isabel.
EliminarEmbora escreva para ser lido, não escrevo para os outros. Escrevo sobretudo para mim. E quem quiser ler as coisas ao contrário, vai sempre fazê-lo. :)