Normalmente não escrevo sobre os grandes casos de justiça, que desde o "Processo Casa Pia", têm alimentado tantos episódios, quase novelescos nos jornais, televisões, cafés, bancos de jardins e lares portugueses.
Faço isso porque quero acreditar que a verdadeira justiça funciona melhor sem qualquer tipo de condicionamento.
Na maior parte destes processos, os grandes prejudicados somos todos nós. Pois acabamos por pagar a factura dos grandes "burlões e ladrões" que se têm conseguido infiltrar, com a maior desfaçatez, nos partidos de poder portugueses, para se apropriarem sobretudo de bens alheios. Mas o mais grave é que quase todos escapam à prisão. Normalmente a nossa justiça arranja um "bode expiatório" em cada caso e o assunto fica arrumado.
Mas o pior de tudo é a dúvida que permanece no cidadão comum: os condenados são mesmo culpados?, graças à batalha de "contra-informação" esgrimida pela defesa, acusação e jornalismo, alimentada quase por meias-mentiras e meias-verdades, convenientes, que só têm um objectivo: defender os interesses pessoais e financeiros da "clientela" (que pensa sempre ter dinheiro suficiente para comprar toda a gente...).
Querem exemplos? Carlos Cruz e Isaltino Morais foram condenados e cumpriram as suas penas na prisão. Apesar de tudo o que aconteceu, eles, e alguns dos seus amigos mais próximos, continuam a clamar inocência...
(Fotografia de Rurik Dmitrienko)
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