Nós somos bons em ditados, quase todos entram bem nas nossas vidas e na sociedade em que vivemos, mesmo que sejam quase milenares.
Um amigo das escritas, quase com estrela de famoso, queixou-se na nossa mesa, que agora que desistira de ir às salas de teatro, é que se fartava de receber convites na caixa do correio do prédio e na do computador.
Acabamos todos a sorrir, porque tanto eu como a Rita ou o Jorge, não sabíamos o que era isso. E acabámos por ir mais longe, dando porrada na pouca lógica deste mundo...
Todos sabíamos que os convites de tudo e mais alguma coisa, eram oferecidos a quem ganhava dinheiro suficiente para ir todas as semanas à ópera, ao teatro ou ao cinema. A Rita acrescentou que a maior parte destas pessoas nem sequer apareciam, por isso é que havia sempre mais convites que lugares, daí que fosse normal pedir-se a confirmação da presença.
E depois fomos até à rua dos "pobretanas", mais ou menos onde morávamos, com a diferença de uma esquina. Onde quando se recebe um convite, se fica a desconfiar, porque ninguém dá nada a ninguém sem querer nada em troca...
Sei que é uma forma de pensar egoísta, mas o mundo está assim, só se "dança" quando se sabe que a "esmola é certa"...
(Fotografia de Janine Niépce)
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