Como já devem ter reparado, ando há pelos menos dois dias, a tentar fugir das palavras.
Sei que não devo, nem quero, particularizar.
Se pensar bem, nem se pode dizer que me aconteceu uma coisa do outro mundo. Toda a gente sabe que a amizade não sobrevive a tudo. Apenas a quase tudo...
Não foi a primeira vez que descobri que a desconfiança às vezes anda perto demais do ciúme e da inveja, e que se pode tornar numa mistura explosiva...
Nem se pode falar de uma "história de saias", até porque ela anda quase sempre de calças...
Acabei por ficar a pensar que a forma de gostar nunca tem uma medida certa, é por isso que às vezes gostamos mais dos nossos amigos que eles de nós, tal como o seu contrário.
E claro que fiquei desiludido. Sei que só nos desiludem as pessoas de quem realmente gostamos...
(Fotografia de Rurik Dmitrienko)
É uma grande verdade. Às vezes, é como um punhal cravado no nosso espírito Dói que se farta. Acaba por passar ( o tempo é uma excelente borracha) deixando-nos cada vez mais céticos. Quando se chega à minha faixa etária, já não ligamos. Ou porque já estamos tão calejados, que não ultrapassa a nossa carapaça, ou porque começamos a pensar que é normal e que no fundo, nós também somos capazes de ser assim
ResponderEliminarUm abraço
No fundo, as pessoas não sentem a amizade da mesma forma, Elvira.
EliminarHá quem seja amigo só pelo que isso é, pelo que se sente. E há sempre alguém que seja amigo por mais qualquer coisa... que queira ganhar alguma coisa com a "amizade"...
grande verdade, Luis...
ResponderEliminare dói tanto!
Dói, mas depois sara, Laura.
EliminarSe for uma coisa forte, a cicatriz permanece...
Fiquei a torcer para que pudesse ser um mal-entendido...podemos gostar mais, menos ou apenas de forma diferente, procurar perceber pode ajudar a ultrapassar a desilusão, ou que seja o quase-tudo a que a amizade pode sobreviver para não perder uma amiga...
ResponderEliminarGábi, mal-entendidos são outra coisa...
EliminarHá quem seja bom a usar os outros e a deitá-los fora, quando já não são necessários.
O mundo também é isso.
Olha, Luís, já passei por aqui umas quantas vezes e sem saber bem o que escrever, embora tenha vontade de dizer alguma coisa.
ResponderEliminarÉ que nos últimos tempos, anos, ando numa espécie de anestesia no que a isto diz respeito, devido a várias alterações que vi à volta e tentei perceber.
Também não sei se é por isso que há alguma tendência para não se criar laços fortes, pelo receio de decepções que já aconteceram.
Acho que tem o seu peso, Isabel.
EliminarO mundo vai-nos sujando e roubar o pouco que sobra daquilo que podemos chamar "pureza"...
Ainda hoje uma senhora teve uma atitude bastante simpática num supermercado e eu agradeci mais disse que não. Depois arependi-me... (eu conto: esqueci-me do cartão do parque de estacionamento no carro e a caixa do "pingo amargo" disse que só me dava o papel do parque, com o cartão. Fiz cara feia mas nem discuti. A senhora esperou-me e quis emprestar-me o cartão dela, só para a fulana me dar o talão e eu nãi ter de descer e subir o elevador. E eu disse que não, era um minuto...)
Mas estou farto de todo este fingimento... de toda esta cobardia.
E como tenho sentido isso na pele e no fundo da alma, e amigos (pensava eu) desde criança, dói muito.
ResponderEliminarEu nem por isso, Severino.
EliminarNão sou assim tão agarrado às pessoas. E também tenho uma grande capacidade de abstracção...