Sei por que razão evito escrever sobre por aqui coisas demasiado tristes, por cobardia, e também para não cair no "lamechismo".
Mas hoje, não consegui fugir de uma reportagem, talvez por ser mais profunda que outras. A espaços coloquei-me no lugar dos milhões de pessoas, de todas as idades, que perderam tudo, até a esperança. Tudo em nome de uma guerra igual a todas as outras, em que se luta pelo poder até à exaustão, esquecendo aquilo que temos de mais importante e nos devia diferenciar dos animais...
Claro que esta "cobardia" não nasce do nada, transmite-se quase como se fosse uma praga, na Europa dita civilizada. Europa essa cada vez mais carregada de preconceitos, e que em vez de ajudar esta gente que apenas luta pela sobrevivência, de uma forma digna, prefere fazer acordos com os turcos e alimentar a "febre" dos populistas, que confundem refugiados com terroristas.
É também por isto que não sei se haverá alguma possibilidade de se inverter esta caminhada, que "empobrece" e "apodrece" a Europa, diariamente...
E nós no nosso cantinho mostramo-nos solidários com a "Europa" e esfregamos as mãos de satisfação, com a invasão de turistas que descobriram que afinal até somos parecidos com o norte de África...
(Fotografia de António Passaporte)
Luís, há sempre possibilidade de modificar alguma coisa se não nos entregarmos ao comodismo. A responsabilidade toca a todos.
ResponderEliminarPois toca, mas estes tempos são mais de egoísmos, individualismos e comodismos, Isabel...
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