Era demasiado pequeno para perceber o porquê da procura de campos abertos, por parte dos tios e dos amigos que andavam quase sempre com as violas e as cantigas coladas ao corpo, naquele começo dos anos setenta do século passado...
Além de ser quase a "mascote" daquela juventude inquieta, já era livre por natureza. Foi por isso que só alguns anos depois, já no País de Abril, percebi aquela procura dos campos abertos, longe das árvores...
Eles não corriam riscos, era por isso que andavam quase sempre mais que a conta (enquanto eu saltitava de cavalitas em cavalitas) e falavam e cantavam, com a certeza que não havia qualquer "bufo" ou agente da PIDE nas imediações...
De vez em enquanto as conversas regressam a esses tempos, onde também se ensaiaram algumas fugas, com cada um a escolher o seu caminho, porque qualquer estranho que aparecesse, era um potencial inimigo.
E eu confesso sempre, que pensava que tudo aquilo não passava de uma brincadeira, com miúdas e música...
(Óleo de Claude Monet)
Nota: Esta semana vai ser dedicada ao "Abril-Revolução", com pequenos relatos sobre o quotidiano de pessoas especiais, cuja simplicidade, por vezes, até faz doer...
Nota: Esta semana vai ser dedicada ao "Abril-Revolução", com pequenos relatos sobre o quotidiano de pessoas especiais, cuja simplicidade, por vezes, até faz doer...
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