Não fico triste por não ter uma primeira memória. Provavelmente por ter várias, e por não lhes conseguir dar uma ordem cronológica certa, muito menos uma idade...
Há alguns acontecimentos que penso estarem gravados dentro de mim, sem influência de terceiros. Penso...
Das tais primeiras memórias lembro-me de ter um triciclo de madeira verde com que dava voltas e voltas ao nosso quintal e de ter caído nas escadas que davam acesso para a rua... teria três, quatro anos.
Também penso que quando vim pela primeira vez à Margem Sul (pouco tempo depois da inauguração da Ponte sobre o Tejo, em 1966 ou 1967, teria quatro, cinco anos), os bancos de madeira envernizados e a janela também de madeira, onde espreitava, pela primeira vez o Tejo, ao colo do meu pai, deslumbrado com toda a certeza, na também primeira viagem que fiz de cacilheiro, são memórias minhas.
O mais curioso desta viagem, é que também fomos visitar o Cristo-Rei. E neste "reino das alturas" lembro-me de ver barcos minúsculos e não tenho nenhuma memória da ponte (que estava lá, com toda a certeza...). Acho isso tão estranho...
Talvez por isso saiba que não devemos dar demasiada importância às primeiras memórias...
Talvez por isso saiba que não devemos dar demasiada importância às primeiras memórias...
(Fotografia de Luís Eme)
Tendo ela sido inaugurada em 1966 decerto devia lembrar. Mas decerto encantado com o rio não lhe deu importância. A nossa memória é muito seletiva como sabe.
ResponderEliminarQuando várias pessoas visitam um lugar, as recordações de cada uma são diferentes, apesar de todas terem visto o mesmo. Dei por isso nas visitas de estudo que fazemos quase todos os meses, no âmbito das aulas da Universidade Sénior do Barreiro. Quando apresentamos os trabalhos sobre as visitas, e a professora nos pede para ler às vezes até parece que não vimos as mesmas coisas.
Abraço
É mesmo, Elvira.
EliminarA memória também gosta de nos pregar partidas. :)